A Casa das Rosas é agora espaço da poesia, da literatura e de Haroldo de Campos. O acervo de 35 mil volumes da biblioteca do poeta, tradutor e ensaísta Haroldo de Campos agora é de todos os paulistas. Os livros estão na Casa das Rosas, da Secretaria de Estado da Cultura, que passa a se chamar Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura. Além dos livros, a família doou o escritório do poeta, que será reproduzido no local.
A biblioteca reúne raridades como as primeiras edições autografadas de livros de Octavio Paz e João Cabral de Melo Neto. Nas estantes, encontram-se as respeitadas traduções do próprio Haroldo de obras de inglês, francês, espanhol, alemão, italiano, russo, hebraico, chinês e japonês. E também cantos da “Divina Comédia”, em que ele trabalhava pouco antes de morrer.
A Avenida Paulista resume um pouco da grandeza da metrópole: um grande centro financeiro e de serviços, permeado por cinemas, teatros e museus. Faltava um espaço dedicado às letras, o que estimulou o Governo paulista a reinaugurar o lugar com tal vocação. Mais que isso, haverá ali uma livraria da Imprensa Oficial do Estado.
“A Casa das Rosas merecia um uso que não a degradasse, mas jamais imaginamos a grandeza que esse espaço passa a acolher: a biblioteca de Haroldo de Campos”. diz a secretária Claudia Costin.
A viúva do poeta, Carmem de Paula Arruda Campos, elogiou o destino dos livros: “Haroldo não queria que sua biblioteca deixasse São Paulo. Melhor ainda, ele adorava a Casa das Rosas”.
As atividades do novo espaço estarão essencialmente voltadas para leitura e pesquisa. Funcionará no local, além da biblioteca de Haroldo, uma biblioteca circulante especializada em poesia, que contará com vários exemplares da obra de Haroldo, para que o grande público conheça o poeta.
Viabilizador da vinda do acervo de Haroldo para a Secretaria, José Luiz Goldfarb, do projeto ‘São Paulo: Um Estado de Leitores’, festeja a conquista: “É uma alegria inaugurar bibliotecas na periferia da cidade e, ao mesmo tempo, trazer um acervo deste porte para a Paulista”.
História
O escritório de Ramos de Azevedo projetou a Mansão das Rosas em 1930. A bela casa, hoje referência na vida do paulistano, foi uma das últimas construções realizadas na era da avenida Paulista dos barões do café. Como era hábito entre as famílias abastadas da época, tudo foi trazido da Europa, do mármore italiano para os revestimentos, aos vidros e cristais belgas, assim como as ferragens inglesas e escocesas.
Um enorme vitral colorido, assinado por Carlos Sorgenicht, decora o hall de entrada. As janelas redondas, conhecidas como óculo, eram aberturas em plano inclinado, comuns em sótãos e mansardas. Os jardins, inspirados no Palácio de Versalhes, abrigam o famoso roseiral, origem do nome da casa e uma de suas atrações.
Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Endereço: Avenida Paulista, 37 – Paraíso – São Paulo/SP
Telefones: (0xx11) 3251-5271/ 3288-9447
Visitação: De terça a domingo, das 10 às 18 horas
Da Secretaria de Estado da Cultura
(LRK)
