Cultura: Biblioteca de Arte da Pinacoteca guarda preciosa coleção de livros e documentos

Há materiais pessoais dos artistas, doados por familiares, à disposição de pesquisadores especializados e do público em geral

ter, 26/07/2005 - 13h26 | Do Portal do Governo

O precioso acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo não está restrito às obras periodicamente expostas em seus salões. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre a história das artes plásticas do nosso País e do exterior deve visitar a Biblioteca de Arte desse museu, um dos mais importantes da América Latina. Além da valiosa coleção de livros de arte, jornais e revistas, o público – de estudantes do ensino fundamental a pesquisadores especializados – tem à disposição, para consulta, documentos e objetos pessoais doados pelas famílias de artistas famosos e personalidades do mundo das artes.

A biblioteca guarda preciosidades, como o rascunho de uma conferência que Anita Malfati proferiu em 1951; catálogos de exposições de Antonio Bandeira, com anotações feitas pelo artista; a caderneta de receita das tintas utilizadas por Tarsila do Amaral em seus quadros; cartas e cartões de Almeida Jr; as palhetas de Ademir Dutra; o título de eleitor e outros documentos pessoais do arquiteto Ramos de Azevedo, que projetou o prédio da Pinacoteca há cem anos.

‘Atendemos pesquisadores de todas as idades e dos mais diversos setores de atividade. Os próprios funcionários da Pinacoteca vêm com freqüência pesquisar sobre a vida e a obra dos artistas cujos trabalhos vão ser expostos’, conta a coordenadora da biblioteca, Lucila de Sá Carneiro, que trabalha no museu desde 1971. Em 1979, ao vencer concurso promovido pela Unesco para técnicos em museologia, foi estudar em Bogotá, na Colômbia.

Lucila aposentou-se em 1984, mas não conseguiu adaptar-se à nova vida e, pouco tempo depois, voltou à Pinacoteca. Ao retornar, assumiu a coordenação da Biblioteca de Arte. Na nova função, deparou com recortes de jornais, revistas e livros espalhados por toda parte. ‘Tudo estava uma bagunça, ninguém achava nada. Começamos, então, a organizar e a catalogar pilhas e pilhas de jornais e livros’, recorda.

O acervo da biblioteca tem mais de 4 mil livros e 40 mil catálogos. Há três hemerotecas (coleções de jornais e revistas): na verde, estão guardados recortes de notícias e todo o material disponível sobre a história da Pinacoteca; na amarela, informações sobre artistas que não têm obras no museu; e a azul reúne dados sobre aqueles com trabalhos na coleção da Pinacoteca.

Como alguns desses materiais são publicações sobre obras, para se obter as informações desejadas é preciso pesquisar nos catálogos ou em alguma notícia divulgada na mídia. Essas consultas são rápidas, pois as informações estão classificadas em ordem alfabética e divididas por artistas nacionais e internacionais. A biblioteca está equipada com mapotecas, onde são guardados os documentos dos artistas, como anotações feitas por Tarsila do Amaral.

Todos os materiais da biblioteca são duplicados, ficando uma via disponível para consultas do público, enquanto a outra é numerada e arquivada. Há aproximadamente 900 registros. Quando a Pinacoteca inaugura uma exposição, cria-se um banco de informações sobre a vida e a obra do pintor ou escultor, que permanece em destaque durante todo o período da mostra.

Biblioteca ganha novo endereço e mais espaço

O acervo da biblioteca está inteiramente informatizado, graças à Fundação Bradesco, que doou quatro computadores para a realização desse trabalho. A única coisa que falta é espaço. Ou melhor, faltava. Em breve, a Biblioteca de Arte vai ganhar novo endereço, na Estação Pinacoteca. ‘Ficamos felizes com a notícia, porque com mais espaço poderemos fazer uma divulgação mais abrangente. Nosso objetivo é possibilitar que todos conheçam o nosso acervo, tão importante quanto as obras expostas no museu’, comemora Lucila de Sá Carneiro.

Serviço – Pinacoteca do Estado – Praça da Luz, 2 – capital – Tel. (11) 3229-9844

Da Assessoria de Imprensa da Secretaria da Cultura
Por Elizabeth Brandão