Cultura: Avenida Paulista tem poesia para a hora do almoço

Tomás Antônio Gonzaga está no cardápio da próxima semana, na Casa das Rosas

sáb, 12/03/2005 - 17h01 | Do Portal do Governo

Os que trabalham na avenida Paulista, bem no meio da selva de pedra, têm poesia na hora do almoço. Trata-se da série Poesia Aperitivo, com 30 minutos de bate-papo por dia, sobre clássicos do gênero. Os cursos são oferecidos pela Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, sempre de terça a sexta, das 12h20 às 12h50. Esta semana, o poeta estudado é Tomás Antônio Gonzaga; de 22 a 24 de março, Gonçalves Dias; e, de 29 de março a 01 de abril, Álvares de Azevedo. A entrada é franca e não precisa de inscrição prévia.

Sobre o poeta

Tomás Antônio Gonzaga ( 1744 -1809) – poeta brasileiro, nascido em Portugal, considerado um dos principais representantes do arcadismo no país. Participou da Inconfidência Mineira e foi muito admirado por poetas românticos como Casimiro de Abreu e Castro Alves. Nasceu na cidade do Porto e veio com o pai brasileiro para a Bahia ainda criança. Posteriormente, transferiu-se para a Universidade de Coimbra, onde se bacharelou em 1768. Com intenção de lecionar naquela universidade, escreveu a tese Tratado de Direito Natural , mas depois trocou as pretensões ao magistério superior pela magistratura.

Em 1778, exerceu o cargo de juiz de fora na cidade de Beja, em Portugal. Quatro anos depois, voltou ao Brasil e foi nomeado ouvidor da cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais. Nesta cidade conheceu Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, de apenas 15 anos, por quem se apaixonou. Tomás Antônio Gonzaga lhe dedicou muitos versos, sempre se referindo à musa como Marília (a famosa Marília de Dirceu), nome árcade do próprio autor. Durante sua permanência em Minas Gerais , escreve Cartas Chilenas , poema satírico em forma de epístolas. Promovido a desembargador da relação da Bahia em 1786, resolve pedir em casamento Maria Dorotéia dois anos depois.

O casamento é marcado para o final do mês de maio de 1789, mas, poucos dias antes da cerimônia, foi preso e acusado de conspiração. Então transferido para a fortaleza da ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, e lá permanece por três anos. Durante esse período de reclusão, escreveu a maior parte de suas liras mais famosas. Foi condenado em 1792 a um degredo de dez anos em Moçambique, e no mesmo ano foi lançada em Lisboa a primeira parte de Marília de Dirceu , com 33 liras. No país africano trabalhou como advogado e casou-se com a filha de um rico comerciante de escravos. Em 1799, publica a segunda parte de Marília de Dirceu , com mais 65 liras. Promovido a juiz alfandegário, em 1809, ano em que foi acometido por uma grave doença e morre pouco depois.

Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia
Av. Paulista, 37, Paraíso, Tel.: (11) 3285-6986
De terça a domingo, das 10h às 18h. Grátis.
Acesso a portadores de deficiência física

Poesia Aperitivo – por Clenir Bellezi e Frederico Barbosa
Todos os dias úteis de março: das 12h20 às 12h50
Vagas: 40. Sem inscrição e taxa de matrícula
De 08 a 11/03 – Gregório de Matos
De 15 a 18/03 – Tomás Antônio Gonzaga
De 22 a 24/03 – Gonçalves Dias
De 29/03 a 01/04 – Álvares de Azevedo

Assessoria de Imprensa da Secretaria da Cultura

F.C.