Cultura: Associação doa oito mil livros para Programa São Paulo: Um Estado de Leitores

Entre as obras estão uma coleção de contos de Monteiro Lobato, romances, enciclopédias, livros didáticos, infantis e de ficção

qua, 16/07/2003 - 17h49 | Do Portal do Governo

A Associação dos Clubes Sócio-Culturais (Acesc) doou nesta terça-feira, dia 15, oito mil livros para o Programa São Paulo: Um Estado de Leitores, da Secretaria de Estado da Cultura.

O projeto faz parte da política estadual de incentivo à leitura, que prevê, entre outras medidas, equipar e dinamizar as bibliotecas de diversos municípios, introduzir legislação estadual de fomento à leitura, expandir a rede de livrarias e incentivar o hábito de ler nas escolas e nas famílias.

Entre as doações estão edições raras, como uma coleção de contos do escritor Monteiro Lobato, obras didáticas, romances, contos infantis, livros de ficção, enciclopédias, revistas e publicações em braile. A forma de distribuição dos livros será definida pelo Conselho Paulista de Leitura, instituído em abril, quando do lançamento do programa.

Problema mundial

A falta de intimidade com a leitura entre os alfabetizados é problema mundial. Na década de 70, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) adotou o conceito de alfabetizado funcional para classificar pessoas capazes de utilizar a leitura e a escrita para fazer frente às demandas de seu contexto social e usar suas habilidades para continuar a aprender e se desenvolver ao longo da vida.

Por este conceito, estima-se que atualmente haja 900 milhões de analfabetos funcionais no mundo. Nos Estados Unidos, eles são 21% da população e, na Inglaterra, 22%.

No Brasil, a situação é mais grave. De acordo com o Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (Inaf), do Instituto Paulo Montenegro, divulgado em 2001, apenas 26% dos brasileiros alfabetizados conseguem ler textos mais longos, localizar mais de uma informação e estabelecer relações entre vários elementos do texto.

Leitura e inclusão social

De acordo com Ottaviano De Fiore, assessor especial da secretaria e um dos mentores do programa, quando se diz que é bom ler, ninguém discorda. Mas são poucos os leitores assíduos no Brasil. ‘É importante realizar uma maciça campanha de divulgação do programa São Paulo: um Estado de Leitores que defenda a importância da leitura como instrumento de ascensão e inclusão social’, acredita.

Incentivo à leitura

A Secretaria de Estado da Cultura determinou dez objetivos centrais para o programa São Paulo: Um Estado de Leitores com vistas a incentivar a leitura em todas as faixas etárias.

1- Implantar de forma duradoura o hábito de ler no maior número possível de crianças e reforçá-lo durante a adolescência.
2- Ampliar o acesso aos livros, jornais, revistas e computadores aos que desejam ou necessitam usá-los.
3- Introduzir legislação estadual de fomento à leitura.
4- Incentivar todos os municípios paulistas a adotarem leis de fomento à leitura.
5- Ampliar, fortalecer e dinamizar o sistema de leitura popular gratuita (bibliotecas públicas e escolares).
6- Mobilizar militantes da leitura em todo o Estado.
7- Construir modelo duradouro de financiamento do sistema bibliotecário e dos programas de leitura.
8- Implantar políticas de desenvolvimento da rede livreira e da venda de livros em geral.
9- Valorizar a imagem do livro e da leitura no imaginário popular.
10- Introduzir metodologia contínua e permanente de mensuração científica dos resultados.

Da Agência Imprensa Oficial
C.A