Cultura: A história da América moldada no barro será apresentada no Memorial da América Latina

A mostra será realizada entre 24 de agosto e 9 de outubro, de terça a domingo

ter, 23/08/2005 - 21h12 | Do Portal do Governo

Depois de quatro anos, a exposição Barro de América volta para o Memorial da América Latina em sua quinta edição. Seis países do continente americano, incluindo o Brasil, serão representados pelas obras de 16 artistas que, utilizando o barro como instrumento ou elemento metafórico, resgatarão as origens do homem em seu espaço territorial. A mostra acontecerá entre 24 de agosto e 09 de outubro, de terça a domingo, na Galeria Marta Traba.

Nesta edição, a exposição é dedicada ao seu falecido idealizador, Roberto Guevara. Foi ele quem deu início ao evento na Venezuela, em 1992, durante as comemorações dos 500 anos do descobrimento do continente.

A Barro de América surgiu da reflexão do crítico e historiador, que como profundo conhecedor da cultura brasileira, bem como da latino-americana, pretendeu integrar culturas da América, promovendo uma reaproximação do homem contemporâneo com o início de sua história – o gênesis, em uma sociedade repleta de novas tecnologias. Desta forma que, em um feito inédito, a exposição inicialmente exclusiva na Venezuela, veio para o Brasil em 1998 e passou por instalações como o Paço das Artes, até se firmar no Memorial da América Latina.

Para Leonor Amarante, responsável pela curadoria das obras brasileiras, Barro de América trabalhará conceitos como memória, territorialidade e transição dos povos latino-americanos. “A terra simboliza o ponto de partida do homem nas Américas, atribuída ao forte significado antropológico de seus rituais e crenças”, explica. E em seguida, completa: “Agora, a arte se espelha neste importante utensílio de desenvolvimento das civilizações, o barro, para representar suas próprias inquietações provocadas pelo processo histórico”.

Ao contrário dos artistas internacionais, os brasileiros desenvolverão suas obras no mesmo local onde serão expostas, técnica conhecida como “site specific”. Utilizando os mais modernos instrumentos como vídeo, fotografia e arte digital, José Rufino, Maria Bonomi, Luiz Hermano e Caetano Dias, Lygia Reinach e Shirley Paes Leme terão suas obras destinadas para temáticas que permearão desde o campo psicológico até o político-social. “Os artistas não estão mais nos seus ateliês fechados. Hoje existe uma integração com o espaço onde se expõe, o que reflete uma mudança de atitude na arte”, aponta Amarante.

Já as obras estrangeiras chegarão prontas das cidades venezuelanas de Maracaibo e San Felipe, onde aconteceu a última edição de Barro de América, de dezembro de 2004 a março deste ano. Sob a curadoria de Martín Sánchez, os artistas Carlos Uribe (Colômbia), Carlos Runcie Tanaka (Peru), Ernesto Leal (Cuba), James Von Minor (EUA), Rosher Acevedo, Lour-des Peñaranda e Antonio Briceño (Venezuela) terão seus nomes assinados nas obras que ficarão expostas por quase dois meses na galeria do Memorial.
Barro de América

De 24 de agosto a 09 de outubro
De terça a domingo, das 9h às 18h00
Galeria Marta Traba – Fundação Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664
Metrô Barra Funda. Acesso pelos portões 4 (estacionamento), 5 e 6
Entrada Franca
/www.memorial.org.br

Assessoria de imprensa da Secretaria da Cultura
C.A.