Crianças menores de cinco anos devem tomar a vacina contra poliomielite

Neste sábado, todas as crianças com menos de cinco anos de idade devem ser levadas aos postos de vacinação até às 17 horas para tomar as duas gotinhas contra a paralisia infantil. A meta da Secretaria é imunizar, nesta primeira fase da vacinação, cerca de 3,3 milhões de crianças, o que corresponde a 95% das 3,5 milhões nessa faixa etária. ‘Todo responsável por uma criança sabe a importância da vacina, por isso, convidamos a todos que levem as crianças aos postos de vacinação hoje’, disse o governador em exercício. A vacina contra a paralisia infantil não tem contra indicação, porém, se a criança apresentar febre, doenças graves ou imunodeficiência, o médico deverá ser consultado. Ao todo, serão colocados à disposição 14 mil postos de vacinação em todo o Estado, onde trabalharão 43 mil pessoas.

Desses postos, 1.100 estão na Capital, 2.250 na região da Grande São Paulo e o restante, 10.650, no Interior. Além das unidades fixas, as crianças terão vacinas à disposição em postos volantes, como escolas, lanchonetes, supermercados e shoppings. Também foram disponibilizados para a Campanha 3,8 mil carros e dez barcos, para os locais de difícil acesso. Os pais poderão aproveitar a ida aos postos fixos para atualização do calendário infantil, já que essas unidades contarão com doses de outras vacinas. A expectativa é que todas as 3,3 milhões de crianças sejam vacinadas neste sábado. ‘O tempo está bom e não há previsão de chuvas, então, convoco todos os pais, tios e avós a trazerem as crianças para a vacinação’, disse o secretário.

‘No Brasil a poliomielite está erradicada desde 1989. Em São Paulo, não temos casos da doença desde 1988. Mas existem alguns países que ainda têm paralisia infantil, portanto, podemos ‘importar’ o vírus e se nossas crianças estiverem desprotegidas, poderão desenvolver a doença’, explicou Barradas.

Atualmente, o vírus da poliomielite circula em sete países, Índia, Nigéria, Paquistão, Afeganistão, Egito, Somália e Níger. ‘Nessas regiões, o vírus nunca parou de circular. Na Índia, por exemplo, houve aumento no número de casos, que subiu de 483 em 2001 para 1.920 em 2002, porque a cobertura vacinal não é alta nem homogênea, ou seja, não atende a todas as crianças. Essa homogeneidade é a responsável pelo sucesso no combate à doença. A Zâmbia e a Burkina Faso, por exemplo, tiveram casos importados por falta de cobertura total. É isso que não queremos aqui’, ressaltou a coordenadora estadual da Campanha de Vacinação, Clélia Aranda.

O Sistema Único de Saúde investiu R$ 26 milhões para a Campanha em todo o País, incluindo custo das vacinas e trabalho das equipes de vacinação. Desse total, cerca de R$ 5 milhões foram investidos na vacinação das crianças paulistas. Nesta primeira fase, serão distribuídas 5,5 milhões de doses. Em São Paulo, a Campanha de Vacinação é coordenada pelo Estado e executada pelos municípios.

Segunda etapa da vacinação será realizada em 23 de agosto

A segunda etapa da vacinação contra a poliomielite será realizada em 23 de agosto. ‘O importante é que as crianças tomem as duas doses da vacina’, lembrou o secretário. Ele explicou que o vírus vacinal é eliminado pelas fezes da criança e, com isso, outras podem ser infectadas. ‘Por isso, mesmo quem já tomou a vacina, deve tomar novamente. Quanto maior o número de crianças vacinadas, melhor é a garantia e maior é a proteção. Quanto mais vezes vacinar, mais protegida a criança fica’, alertou. As crianças que não puderem ser vacinadas neste sábado, poderão tomar as duas gotinhas de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas nos postos de vacinação.

Cíntia Cury