CPTM recebe o primeiro trem da futura Linha 5 do Metrô de São Paulo

O trem será entregue em três remessas, de quinta a sábado, no pátio da empresa em Capão Redondo, onde as partes serão engatadas. O primeiro trem será usado em testes da nova linha, cuja inauguração está prevista para fins de agosto.

O primeiro trecho da Linha 5-Lilás terá 9,4 quilômetros da via dupla (dos quais 7 quilômetros de via elevada), ao longo da qual estão sendo instaladas seis estações. A capacidade de transporte diário previsto para a Linha é de cerca de 350 mil passageiros.

O governo paulista contratou o consórcio Sistrem para construir oito trens, cada um com seis carros, destinados à Linha 5. O valor do contrato é de US$ 280 milhões, com apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Inicialmente, a Linha 5 faz o trajeto Capão Redondo-Largo Treze e é prevista extensão para a Chácara Klabin, na região da Vila Mariana, integrando-se às outras linhas do Metrô e ao corredor metropolitano de ônibus São Mateus-Jabaquara. Será atendida, em parte, a população dos municípios de Embu e Taboão da Serra.

Projeto prioritário do Metrô de São Paulo, a Linha 5 será a mais avançada tecnologicamente no Brasil, dispondo de sistema de controles, sinalização, telecomunicações e bilhetagem totalmente informatizado, por equipamentos de terceira geração, e representa investimento de US$ 677 milhões.

O projeto inclui pátio de manobras, estacionamento e manutenção de trens, além de três novos terminais de integração e reorganização do sistema de ônibus (Campo Limpo, Capão Redondo e Santo Amaro). O fornecimento da parte eletromecânica foi terceirizado, em operação inédita na história de transporte urbano de massa.

Para essa terceirização, a CPTM, empresa vinculada à Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, selecionou o Consórcio Sistrem, liderado pela Alstom (que constrói os trens) e formado pelas empresas Siemens, Balfour Beatty, Bombardier e CAF.

A Alstom, que tem matriz na França e fábrica no bairro paulistano da Lapa (antiga Mafersa), cuida do gerenciamento técnico do projeto, da integração dos sistemas e do fornecimento dos trens.

Os trens encomendados para a Linha 5 são composições com seis carros Metropolis™, em aço inoxidável austenítico, sistema de sinalização, centro de controle operacional e diversos equipamentos elétricos e mecânicos para as estações.

A Siemens fornecerá equipamentos de suprimento de energia de alta e média tensão para a via e inversores auxiliares para o material rodante, originados de suas instalações no Brasil e na Alemanha. A Balfour Beatty brasileira fornecerá os retificadores, as subestações auxiliares e a rede aérea.

A Bombardier fornecerá parte de equipamentos e fará as montagens do sistema de sinalização. A CAF, da Espanha, será responsável pelo truque ferroviário e pelos engates para o material rodante. A encomenda da CPTM significa a retomada dos investimentos brasileiros no setor metroferroviário de carros para passageiros, antes apenas destinada à exportação.

Os novos trens

Como serviços e comodidades para os passageiros dos novos trens e carros da Linha 5 do Metrô estão o sistema sonoro-visual digitalizado de informações, os bancos anatômicos mais largos que os convencionais e forrados com tecido, o display interno com indicação do lado de abertura da porta e nome da próxima estação etc.

Dentro dos trens um mapa dinâmico da linha indicará a estação atual e próxima. Os carros foram desenhados com maior área envidraçada. As portas terão vão de 1m60, isto é, 30 centímetros mais que as atuais. Um piso especial visa reduzir o nível de ruídos.

O sistema informatizado aumentará o monitoramento de informações disponíveis para o operador, que trabalhará em cabina ergonomicamente projetada, com ar condicionado e ampla área envidraçada.

Entre as características técnicas, mencionam-se o uso de pantógrafo em todos os carros, tensão de 1.500 V, bitola internacional de 1.435 mm e portas de intercomunicação para manutenção. A tração é Onix 1500, com módulos de alimentação a IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor), tecnologia de ultima geração que proporciona melhor desempenho do trem, menor índice de manutenção e economia no consumo de energia.

Na região do estrado dos carros, dois detalhes pouco visíveis ao usuário merecem ser ressaltados por ampliar a segurança da viagem: engate com amortecedor de impacto para velocidades de até 11 quilômetros por hora e detector de descarrilamento, que aplicará frenagem na composição ao detectar o deslocamento da roda em relação ao trilho.