CPTM: Programação cultural antecipa mês do folclore lembrando Lampião

Estação Brás expõe 24 fotografias com momentos da vida e da morte do 'rei do cangaço'

seg, 28/07/2003 - 10h52 | Do Portal do Governo

Começa nesta segunda-feira, dia 28, no mezanino da Estação Brás, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), uma série de eventos para lembrar a legendária figura de Virgulino Ferreira, o Lampião, morto há 65 anos. A iniciativa antecipa as comemorações do mês do folclore, em agosto.

Os usuários poderão visitar uma exposição de 24 fotos com momentos da vida e da morte do chamado ‘rei do cangaço’ e seu bando. A partir da manhã, autores de livros e cordéis sobre Lampião, além de cantores e repentistas, se revezam mostrando a história do cangaceiro.

Estão programadas outras atividades, dentro e fora da empresa, como entrevistas com personagens vivas do cangaço e estudiosos, além de artistas de várias áreas que trabalham o tema. O assessor cultural da CPTM, Assis Ângelo, coordenador do evento, já acertou depoimentos inéditos de cangaceiros, como Sinhô Pereira, único chefe de Lampião e de quem herdou o bando em 1922, no programa São Paulo Capital Nordeste, apresentado por ele todas as noites de sábado. Também foi agendada entrevista com o tenente Bezerra, que comandou o cerco a Angico, cidade onde Virgolino foi morto, na madrugada de 28 de julho de 1938.

Lampião, bandido ou herói ?

Os usuários que passam pela Estação Brás também terão a oportunidade de participar de uma votação popular sobre a vida do cangaceiro. Cédulas com a pergunta: ‘Lampião, bandido ou herói?’, vêm sendo distribuídas e com o resultado será possível saber o que as pessoas pensam sobre ele. Foram confeccionadas 1,6 milhão de cédulas, que deverão ser depositadas em urnas espalhadas pela Estação Brás.

Julgamento

Para o dia 19 de agosto, encerramento da programação, está acertado o julgamento de Virgolino, que começará às 11 horas da manhã, no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Esse julgamento contará com a presença de um juiz, advogados, promotores, corpo de jurados, testemunhas etc.

Estudioso do assunto, Assis Ângelo revela que depois do fim do bando de Lampião, nenhum cangaceiro praticou crimes de morte nos lugares por eles escolhidos para viver o resto da vida. ‘Existem ainda vivos entre 12 e 14 cangaceiros do bando de Lampião’, garante ele.

(LRK)