Começam a chegar nesta semana, na Estação da Luz, as 200 placas, cada uma com 60 a 200 quilos, que formarão o painel “Epopéia Paulista” da artista plástica Maria Bonomi. Elas serão colocadas lado a lado, demonstrando mais de mil gravuras e formarão, depois de montadas, um conjunto de 73 metros de comprimento e três metros de altura, inteiramente construído com concreto pigmentado, que ficará exposto no corredor formado sob a rua Mauá.
A obra de Maria Bonomi, reconhecida internacionalmente como uma das principais gravuristas da atualidade, faz parte das mudanças que a Luz está passando com o Projeto “Integração Centro”, em desenvolvimento pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
Em mais de 100 anos de funcionamento, a estação recebeu milhões de pessoas: os próprios paulistas, brasileiros de todos os estados e estrangeiros que chegaram a São Paulo. A idéia da peça é justamente mostrar a “cara” dos que passaram pela estação no passado e hoje, com uma projeção para o futuro. Para essa representação, foram escolhidas três cores: vermelho-terra, amarelo e branco.
A confecção do trabalho começou no MAC (Museu de Arte Contemporânea), através de oficinas que tiveram a participação de mais de duas mil pessoas. Depois, as matrizes receberam tratamento na usina de pré-concretagem da Reagro, em Jundiaí, uma das empresas patrocinadoras, juntamente com a Caixa Econômica Federal e a Cauê.
A fase atual, bastante delicada, é a de transporte das placas da Reagro para a Luz, por meio de caminhões. A montagem final está prevista para começar na próxima sexta-feira (03/09).
Maria Bonomi afirma que o painel vai sugerir uma leitura cinematográfica, em movimento, a quem passar apressadamente pelo local. O outro destaque é que ele poderá “ser lido com as mãos sensíveis” dos portadores de deficiências visuais.
Painel na Cásper Líbero
No futuro, a ligação subterrânea com a rua Cásper Líbero também terá um painel, da arquiteta e artista plástica Teresa Saraiva. Serão duas partes, cada uma com 1,20 m de altura por 6,20 m de comprimento. A obra será a tese de doutorado dela para a FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da Universidade de São Paulo. Teresa escolheu trabalhar com um tipo de aço, cedido pela Cosipa, que desenvolve uma pátina com a ação do tempo. Essa pátina isola a continuidade da corrosão, ganhando a coloração do ferro, material muito utilizado na própria estrutura da estação.
No momento, Teresa pode ser vista em vários horários do dia na plataforma central da Luz com seus papéis, pincéis e nanquim espalhados pelo chão. Nesse ateliê improvisado, ela busca inspiração para “captar o que emana da estação, de seus espaços, seus significados” para transcrever em sinais gráficos e em formas expressivas.
Integração Centro
O Projeto “Integração Centro” transformará a Estação da Luz no mais importante pólo de integração metroferroviária da capital. A ligação das regiões leste e oeste com o centro da cidade será facilitada, assim como a integração gratuita com as linhas do Metrô. O sistema permitirá viagens mais rápidas e uma transferência CPTM/Metrô segura e confortável, utilizando os subterrâneos da estação.
Da Assessoria de Imprensa da CPTM
