CPTM: Centro Acadêmico XI de Agosto e Companhia Paulista de Trens vão ‘julgar Lampião’

Julgamento será realizado na próxima terça-feira, dia 19

ter, 12/08/2003 - 14h15 | Do Portal do Governo

Em comemoração ao Dia do Folclore, 22 de agosto, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) encerra na próxima terça-feira, dia 19, as atividades que lembram os 65 anos da morte do cangaceiro Virgolino Ferreira da Silva, com o seu julgamento pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Evento começa às 11h, com a presença de um juiz, um promotor e um corpo de jurados.

Essa é a segunda etapa do julgamento. A primeira ocorreu em julho, nas estações da empresa, quando  os  usuários  receberam  filipetas com a consulta  “Lampião: herói ou bandido ?”, e votaram por Lampião como herói. A idéia da assessoria cultural da CPTM com a iniciativa foi também a de debater a questão da violência hoje.

Já estãodefinidos os nomes do juiz e do advogado de defesa que atuarão no processo do XI de Agosto, os doutores Antônio Magalhães Gomes Filho e Alarico Velludo Salvador Netto. Na sala do julgamento estarão presentes testemunhas, familiares do réu, o biógrafo e estudioso do cangaço, Amaury Correa. No banco dos réus estará Lampião, representado pelo ator Alexandre Azevedo, caracterizado de cangaceiro, tendo a seu lado Maria Bonita (Júlia Moura, também atriz). A sessão de julgamento será aberta ao público e à imprensa.

Uma grande exposição fotográfica, pertencente ao acervo Dana, será inaugurada no local nesse dia e lá permanecerá até o veredicto. 

Lampião

Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu em Pernambuco em 1897 e morreu a tiros numa emboscada na grota de Angico, em Sergipe. Depois de morto, ao lado de mais dez cangaceiros, incluindo a sua companheira Maria Bonita, foi decapitado.

Durante o tempo em que reinou absoluto no sertão nordestino, entre o começo dos anos 20 e o final dos anos 30, Lampião e o seu bando praticaram incontáveis assaltos e crimes de morte. Já na sua época era tido como justiceiro e herói. Sempre foi uma figura polêmica.

Dos nove irmãos que sobreviveram (no total, eram 11), Virgolino era o único que sabia escrever embora com graves falhas ortográficas. “Premero de tudo”, ele escreveu um dia, “querendo Deus, justiça! Juiz e delegado que não fizer justiça só tem um jeito: passar ele na espingarda”.

Da Assessoria de Imprensa da CPTM