CPTM: Arte brasileira é atração na Estação Júlio Prestes

Iniciativa faz parte do Projeto na Ferrovia, que reúne na plataforma seis telas gigantescas

ter, 09/09/2003 - 13h33 | Do Portal do Governo

Os usuários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) dispõem de uma galeria de arte gigante na Estação Júlio Prestes – é o Projeto Arte na Ferrovia. O acervo reúne seis telas de 4 metros de altura por 10 de comprimento (40 metros quadrados), suspensas por cabos de aço e distribuídas ao longo dos 245 metros da plataforma 1.

São obras abstratas de artistas brasileiros contemporâneos. Quem passar pela estação verá trabalhos de gente consagrada como Takashi Fukushima, Eduardo Iglesias, Fernanda Amalfi, Ângelo Milani, Oswaldo Forty, Hermelino Nardin, Nelson Asfenci e o artista plástico e fotógrafo Fernando Durão.

A idéia da criação do acervo surgiu há oito anos, quando Fernando Durão, curador da mostra, notou que havia muita arte espalhada pelo Metrô, ‘mas os usuários de outros trens não tinham o mesmo privilégio. Por isso, pensamos em um projeto de impacto, grandioso, a começar pelo espaço da estação, que podia acomodar os painéis. Convidamos artistas famosos, que aceitaram o desafio, pois a intenção era levar arte à população’.

Suspensas no ar

As obras podem ser observadas de qualquer lugar da estação, mas a melhor vista é a da plataforma central. O espectador tem a impressão que as telas estão suspensas no ar. A cerca de 40 centímetros do solo, as pinturas foram fixadas por cabos de aço passando por dentro de tubos de PVC especialmente dimensionados, que servem de moldura.

As telas são tensionadas por um cordão que passa por ilhoses envoltos nos tubos. Durante seis meses, os artistas desenvolveram seus trabalhos em telas de lona de caminhão, fabricadas especialmente para o projeto. Devido ao tamanho das telas, alguns tiveram que pintá-las dobradas em seus ateliês. Outros fizeram-nas em locais amplos como salão de festas. Para dar mais resistência à poluição, foram usadas tintas industriais especiais.

Usuário consciente da preservação

O que impressiona o curador do acervo é a consciência de preservação dos usuários da CPTM. ‘Nunca houve dano às telas. Em outros locais, já vi de tudo contra obras de arte’, surpreende-se Durão. ‘Lembro-me de um grupo de alemães que visitava o acervo e uma integrante quis tocar numa tela. Imediatamente, um usuário pediu para tirar a mão dali, como se a obra fosse sua.’

O curador chama a atenção para a aceitação do público, já que não levou nenhum acadêmico e as obras são todas abstratas, de difícil compreensão. Em princípio, as telas ficariam apenas 20 dias, ‘mas o próprio usuário mostrou que queria continuar com elas. Então firmamos compromisso de que o acervo pode ficar por tempo indeterminado. As pinturas integram a arquitetura da estação e o passageiro se sente dono delas’.

Da Assessoria de Imprensa da CPTM