Consumo: Instituto de pesca avalia qualidade do pescado

O pescado é facilmente vulnerável à proliferação de bactérias

ter, 06/04/2004 - 18h37 | Do Portal do Governo

O consumo de pescado tem aumentado no país, o que é importante não apenas em termos de mudança de hábitos alimentares mas também pelo valor nutricional desse alimento rico em proteínas e fonte de ácidos graxos polinsaturados.

No entanto, conforme explica a pesquisadora científica Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, do Instituto de Pesca, por sua composição rica mas delicada, o pescado é facilmente vulnerável à proliferação de bactérias, sofrendo alterações de natureza física ou química que refletem em sua cor, consistência, odor e sabor. Por conta dessas alterações, é um alimento facilmente recusado pelo consumidor.

Segundo Cristiane, estudos mostram que é comum a condição higiênico-sanitária insatisfatória do pescado consumido causar toxinfecções alimentares. Uma estratégia ora implementada em países desenvolvidos para prevenir surtos de toxinfecções é a redução de agentes patogênicos nas matérias-primas alimentares, especialmente as de origem animal.

O projeto ‘Caracterização da qualidade higiênico-sanitária do pescado comercializado na Baixada Santista (SP)’, sob a responsabilidade do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho, aprovado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), tem o objetivo de gerar uma discussão sobre a aplicação de novas técnicas de manuseio e conservação do pescado, desde a captura até a comercialização, visando à melhoria da qualidade do produto que chega ao consumidor.

Esses estudos, desenvolvidos em parceria com o ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos) contarão também com o apoio da Delegacia Federal de Agricultura do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no Estado de São Paulo; do Serviço de Inspeção da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; e dos serviços de vigilância sanitária dos municípios de Guarujá, São Vicente e Peruíbe.

A pesquisadora Cristiane diz também que o projeto pretende intervir na organização das condições que interferem com a sanidade do pescado resfriado em pontos de desembarque e em unidades de produção, manipulação e comercialização desse alimento. As amostras coletadas serão analisadas qualitativa e quantitativamente quanto às características microbiológica, sensorial, físico-química e presença de parasitas, repassando-se o diagnóstico obtido aos serviços oficiais de vigilância e defesa sanitária animal.

No entanto, no entender do pesquisador Roberto da Graça Lopes, também do I.P., “esse quadro pode ser positivamente modificado, associando-se à excelente qualidade nutricional dos produtos da pesca e da aqüicultura também a imagem de produtos confiáveis do ponto de vista higiênico-sanitário: um desafio perfeitamente superável pela ação conjunta da pesquisa, educação, fiscalização e responsabilidade social do produtor”.

Do Instituto de Pesca
C.A.