Consumidor: Procon-SP constata queda no valor da cesta básica do paulistano

Confira as variações registradas na última pesquisa

sex, 03/08/2001 - 13h42 | Do Portal do Governo

Na quinta semana de pesquisa do mês de Julho de 2001, o valor da Cesta Básica teve queda de 0,35%, revela pesquisa diária da Fundação Procon, vinculada à Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 26/7/2001 era R$ 147,64, passou para R$ 147,12 em 2/8/2001.

Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:
– Alimentação, -0,04%,
– Limpeza, 0,41% e
– Higiene Pessoal -3,59%.

A variação acumulada, no mês de Julho, ficou em -0,77% (base 31/7/2001), e nos últimos 30 dias, em -0,78% (base 2/7/2001). No ano, a cesta variou 4,02% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 7,50% (base 2/8/2000).

No período de 27/7/2001 a 2/8/2001, os produtos que mais subiram foram:
– Batata (quilo):11,01%
– Óleo de Soja (900 ml): 6,14%
– Linguiça Fresca (quilo):5,25%
– Cebola (quilo): 3,75%
– Feijão Carioquinha (pacote de um qulio) : 2,78%

As maiores quedas foram:
– Queijo Muzzarela Fatiado (quilo): – 8,86%
– Creme Dental (tubo 90g ):- 6,25%
– Detergente Líquido ( emb. 500 ml ):- 4,76%
– Absorvente Aderente ( pac. 10 unid. ): – 4,72%
– Sabão em Barra ( unid. ):- 3,57%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:

SÃO PAULO Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
CENTRO Barateiro R. Rego Freitas, 172. Vila Buarque
NORTE Andorinha Av. Parada Pinto, 2262. Vila Amália
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Domingos de Morais, 316. Vila Mariana
OESTE Castanha Pça. Sta. Edwiges, 29. Vila Remédios

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 12 apresentaram altas, 16 diminuíram de preço e três permaneceram estáveis.

Os produtos que mais pressionaram a queda no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem:
– carne de primeira ( Kg ): -0,37%,
– queijo muzzarela fatiado ( Kg ): -0,23%,
– creme dental ( tubo 90 g ): -0,16%,
– sabão em barra ( unid. ): -0,10%,
– papel higênico fino branco ( pac. 4 unid. ): -0,10%.

Análise

A diversidade de produtos de higiene e de limpeza encontrados no mercado atrelada ao poder aquisitivo mais restrito do consumidor, podem estar colaborando para a variação negativa constatada em alguns produtos nesta semana. Os supermercados têm procurado negociar com os fabricantes, no sentido de evitar repasses elevados de custos ao consumidor. Apesar das baixas deste início de mês, considera-se díficil conter preços de produtos em geral, sobretudo os que dependem de insumos dolarizados. É o caso do sabão em pó, por exemplo, que utiliza matéria-prima importada, a soda cáustica, que segundo dados do setor, teve aumento expressivo no primeiro semestre. Esta discussão entre o setor produtivo e o mercado varejista, vem se refletindo nas oscilações destes produtos.

No grupo de Alimentos, além dos insumos e da matéria-prima importados (caso do trigo, por exemplo), muitos produtos encontram-se no período de entressafra ou estão sob a concorrência do mercado externo, mais atraente no momento para o produtor brasileiro ( caso da soja e da carne suína, por exemplo). Esta situação pode propiciar altas nos preços de alguns itens da Cesta, como a lingüiça fresca e o óleo de soja.

O aumento da oferta do leite frente a uma retração do consumo, tanto do produto como de derivados, tem provocado queda nos preços. Os produtores, entusiasmados com os bons preços do ano passado, produziram mais que o esperado neste ano. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), os preços pagos ao produtor em julho pelo leite entregue em junho, nas duas maiores bacias leiteiras, apresentaram quedas: Minas Gerais (-0,5%) e Goiás (-2,8%).

O clima desfavorável nas áreas produtoras de batata da Região Sudeste, com ocorrência de chuvas, dificultou o trabalho de colheita, diminuindo o nível diário de movimentação do produto. A menor oferta ocasionou elevação dos valores de venda, refletindo no varejo.

O racionamento de energia e a ausência de chuvas devem prejudicar a safra paulista de cebola, que teve a colheita iniciada em junho. A estiagem tem determinado colheitas de bulbos de menor tamanho e, conseqüentemente, de baixo valor de comercialização.

Preços do feijão continuam firmes e estimulam o plantio da safra das águas, que se inicia em agosto no Paraná. A queda na produção neste ano, ocorreu devido à redução no plantio no Centro-Sul, aos baixos preços registrados nos últimos três anos e à quebra na produção do Nordeste, frente à forte estiagem.