Consumidor: Procon-SP constata alta no valor da cesta básica do paulistano

nd

sex, 31/08/2001 - 13h57 | Do Portal do Governo

Na quarta semana de pesquisa do mês de Agosto de 2001, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,65%, revela pesquisa diária da Fundação Procon-SP vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese.

O preço médio, que no dia 23/08/2001 era R$ 149,73, passou para R$ 150,70 em 30/08/2001. Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 0,71%, Limpeza, 1,23% e Higiene Pessoal -0,55%, ficando a variação acumulada, no mês de Agosto, em 1,65% (base 31/07/2001), e nos últimos 30 dias, em 1,81% (base 30/07/2001). No ano, a cesta variou 6,55% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 8,39% (base 30/08/2000).

No período de 24/08/2001 a 30/08/2001, os produtos que mais subiram foram:
– Feijão Carioquinha (pac. 1 Kg): 6,90%
– Carne de Primeira (Kg): 4,26%
– Sabonete (unid. 90-100 g): 2,94%
– Cebola (Kg): 2,88%
– Detergente Líquido(emb. 500 ml): 2,38%

As maiores quedas foram:
– Salsicha Avulsa (pac. 1 Kg): -12,32%
– Absorvente Aderente (pac. 10 unid.Kg): – 7,62%
– Queijo Muzzarela Fatiado (Kg): – 3,39%
– Extrato de Tomate (350-370 g): – 3,26%
– Batata (Kg): – 2,61%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:
SÃO PAULO Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
CENTRO Barateiro R. das Palmeiras, 187. Sta. Cecília
NORTE Bergamini Av.Dr. Francisco Ranieri, 834. Lausane Paulista
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Carneiro da Cunha, 426. Saúde
OESTE Castanha Pça. Sta. Edwiges, 29. Vila Remédios

Análise

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 14 apresentaram altas, 12 diminuíram de preço e 5 permaneceram estáveis. Os produtos que mais pressionaram a ALTA no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem: carne de primeira (Kg): 0,44%, feijão carioquinha (pac. 1 Kg): 0,27%, sabão em pó (pac. 1 Kg): 0,13%, açúcar refinado (pac. 5 Kg): 0,08%, óleo de soja (900 ml): 0,07%.

Novamente a semana apresentou variação positiva (0,65%). Tanto a carne de primeira como o feijão carioquinha foram os produtos que mais impulsionaram a alta desta semana, já que ambos apresentaram a maior variação e o maior peso positivo.

Apesar da carne de primeira ter acumulado alta de 4,26% nesta última semana de agosto, o mercado de carne bovina passa pela desaceleração por conta do racionamento de energia elétrica. Até julho, a mudança no comportamento do consumidor em deixar de estocar carne provocou recuo na procura deste produto no mercado, mas a oferta começa a se normalizar.

No primeiro semestre de 2001 o mercado do feijão operou com intensa movimentação e boa remuneração aos detentores do produto. A redução na produção da primeira e segunda safra, influenciada pelo clima desfavorável, especialmente na região Nordeste, acarretou preços elevados. Com a baixa entrada do produto da terceira safra é esperado, no segundo semestre, o mesmo comportamento, pelo menos até a entrada da safra das águas no mercado. A partir de outubro o mercado tende a operar com escassez de oferta o que provavelmente contribuirá com especulações em torno das cotações.

A alta do açúcar verificada nesta semana pode estar relacionada à cotação do produto na bolsa de Nova Iorque, no dia 24/08, quando atingiu o nível mais alto do mês de agosto. O mercado interno segue morno, já que as usinas retraíram a oferta à espera de altas internacionais.

O Brasil pela primeira vez lidera a produtividade da soja, já que usualmente é liderada pelos Estados Unidos. O resultado é o esforço do produtor brasileiro em se manter competitivo no atual comércio internacional. A soja fechou em alta na bolsa de Chicago (29/08), as cotações foram influenciadas pelas previsões climáticas desfavoráveis (clima seco) ao desenvolvimento do plantio nos Estados americanos produtores do grão e, ainda, pela publicação alemã informando a estimativa de crescimento no consumo europeu do farelo, devido a substituição de componentes de origem animal nas rações pelo farelo, em função da crise da “vaca-louca“.

A cebola apresentou variação positiva de 2,88% nesta última semana. O mercado opera firme com os preços mantendo as mesmas características das últimas semanas, já que a oferta ainda se encontra reduzida devido à estiagem nas importantes regiões produtoras (interior de São Paulo, Paraná e Região Nordeste). A curto prazo não há expectativas de alterações bruscas no comportamento do mercado.