Consumidor: Procon/Dieese divulgam relatório de 2001 sobre Cesta Básica

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sex, 28/12/2001 - 18h44 | Do Portal do Governo

A Fundação Procon-SP, órgão da Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, constatou que em 2001 a Cesta Básica Procon/Dieese apresentou ALTA de 11,86%.

A pesquisa abrange 31 produtos (desagregados em marcas, perfazendo um total de 68 itens), em 70 supermercados da cidade de São Paulo, constatou que o preço médio em 29 de dezembro de 2000 era R$141,43, passando para R$ 158,20, em 28 de dezembro deste ano. Por grupos foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 10,88%, Limpeza, 20,54% e Higiene Pessoal, 10,33%.

Os três produtos que apresentaram as maiores altas no ano foram: arroz – tipo 2 (45,56%), óleo de soja (44,68%) e farinha de trigo (33,80%); e as três maiores quedas foram: batata (28,91%), café em pó papel laminado (23,68%) e salsicha avulsa (8,26%).

Em 2001, o supermercado mais barato foi o Barateiro da Rua das Palmeiras, 187, Santa Cecília, no Centro.

A variação acumulada da Cesta Básica Procon/Dieese desde o início do Plano Real foi de 48,68%. O alho foi o produto que mais aumentou no período de 01/07/94 a 28/12/2001 (base: 30/06/94), com variação de 126,32%. Já o produto que apresentou a maior variação negativa foi o café em pó – papel laminado, com 39,79%.

Durante o ano de 2001, a Cesta Básica apresentou relativa estabilidade, com leve tendência de alta, ao se comparar com o ano de 2000, quando foi registrado um comportamento praticamente estável durante todo o período. A maior variação mensal negativa, foi de 2,55% (janeiro/2001) e a positiva foi de 3,01% (outubro/2001).

Dentre os fatores que influenciaram o comportamento da Cesta, podemos mencionar a crise na Argentina, a desvalorização do real frente à alta constante do dólar, a elevação das taxas de juros e a crise energética, afetando diretamente o quadro de vendas das indústrias e o ritmo de emprego na economia.

Acrescente-se, ainda, a situação de turbulência mundial diante dos ataques terroristas aos Estados Unidos, ocorridos em setembro.

Já no primeiro semestre, a contínua alta do dólar refletiu diretamente nos preços de produtos e insumos importados, muitos deles utilizados na agricultura e na indústria.

Esta tendência foi acompanhada por alguns produtos que compõem a Cesta Básica, como os derivados de trigo (farinha e macarrão) do Grupo Alimentação, creme dental e absorvente aderente (Grupo Higiene Pessoal) e sabão em pó (Grupo Limpeza). No final deste período, em junho, a Cesta era adquirida por R$ 147,72, revelando uma variação positiva de 11,88% em relação ao mesmo período do ano de 2000, quando o valor era R$ 132,04.

Em relação ao acompanhamento diário dos produtos da Cesta Básica nos supermercados, foi detectado que alguns produtos apresentavam mudanças no que se refere à quantidade.

Determinadas marcas de sabão em pó, biscoito de amido de milho (maizena) e papel higiênico fino branco tiveram redução em sua quantidade, não sendo acompanhada, necessariamente, de redução proporcional do preço, provocando aumentos de até 30%, segundo levantamento do Dieese.

O problema, apontado pela Fundação Procon-SP, suscitou uma discussão de âmbito maior com órgãos de pesquisas sobre a padronização de determinados produtos, tendo em vista que as informações devem ser sempre claras e precisas, permitindo ao consumidor uma escolha objetiva, independente da estratégia de marketing utilizada pelo fabricante.