Consumidor: Procon constata variação semanal de 0,70% na Cesta Básica

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sex, 26/04/2002 - 15h47 | Do Portal do Governo

Na quarta semana de pesquisa do mês de abril de 2002, o valor da Cesta Básica teve Alta de 0,70%, revela pesquisa diária da Fundação Procon-SP, vinculada à Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 18 de abril era R$ 153,27, passou para R$ 154,34 em 25 de abril.

Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 0,99%, Limpeza, -4,44% e Higiene Pessoal, 4,28%, ficando a variação acumulada, no mês de Abril, em -1,22% (base 28/03/2002) e nos últimos 30 dias, em -0,53% (base 25/03/2002). No ano, a cesta variou -2,44% (base 28/12/2001), e nos últimos 12 meses, 6,02% (base 25/04/2001).

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 15 apresentaram alta, 12 diminuíram de preço e 4 permaneceram estáveis. Os produtos que mais pressionaram a alta no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem: Carne de Primeira (kg), 0,72%; Papel Higiênico fino branco (pac. 4 unid.), 0,31%; Creme Dental (tubo 90g): 0,16%; Batata (Kg); 0,10%; Biscoito Maizena (pac. 200g); 0,10%.

Nas três primeiras semanas de abril, a Cesta apresentou queda. No entanto, as variações negativas vêm diminuindo gradativamente, chegando a -0,05% na semana passada e indicando, nesta semana, alta de 0,70%. Produtos como a cebola, a carne de primeira e o papel higiênico, influenciaram na variação positiva que os grupos Alimentação (0,99%) e Higiene Pessoal (4,28%) apresentaram nesta semana, refletindo na variação total da Cesta Básica.

O preço da cebola, que apresentou alta de 9,00%, vem sofrendo oscilações de mercado na sua comercialização. Embora os níveis de oferta e de demanda estejam equilibrados, as adversidades climáticas registradas em áreas produtoras da região Sul, afetam a qualidade do produto e, consequentemente, o seu valor de venda.

Em Santa Catarina, importante área produtora, a estimativa de 450 mil toneladas para a safra de 2001/02, foi reduzida em cerca de 12,4%, de acordo com pesquisa estadual de avaliação da safra, devido, sobretudo, às condições climáticas desfavoráveis verificadas no final do ciclo da cultura, nos meses de outubro e novembro passados.

Embora análises de mercado continuem indicando tendência de queda nos preços da carne bovina, a carne de primeira, em particular, apresentou uma recuperação do preço nesta semana (7,06%), em comparação à semana anterior, quando teve queda de 9,19%.

Apesar do aumento da oferta no mercado, a oscilação do preço de uma semana para outra no varejo, pode estar relacionada a uma situação momentânea ocorrida na semana, na qual se evidenciou uma tendência de retenção do produto, por parte dos frigoríficos, no intuito de pressionar os preços junto aos pontos de venda.

Problemas climáticos são, também, fatores que vêm prejudicando a comercialização do milho. No Paraná, por exemplo, a estiagem chega a sessenta dias em algumas regiões. Segundo informações das cooperativas locais, há previsão de quebra da safra em 40%, aproximadamente. No Mato Grosso do Sul, a situação é parecida com estimativa de quebra de 25% da safra.

Outro aspecto relevante é a queda da produção na Argentina, nos últimos anos, reduzindo a capacidade de exportar o grão para o Brasil.

Segundo analistas do setor, a tendência de alta deve continuar até a entrada da segunda safra no mercado, a partir do segundo semestre. Com as cotações atuais em alta, os preços continuam pressionados, influenciando o mercado dos produtos industrializados derivados do milho, como o biscoito maizena.