Consumidor: Fundação Procon-SP constata queda no valor da cesta básica do paulistano

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sex, 05/10/2001 - 11h45 | Do Portal do Governo

Na primeira semana de pesquisa do mês de outubro de 2001, o valor da Cesta Básica teve queda de 0,66%, revela pesquisa diária da Fundação Procon, vinculada à Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese.

O preço médio, que no dia 27/9/2001 era R$ 150,50, passou para R$ 149,51 em 4/10/2001.

Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:

– Alimentação, -0,77%,
– Limpeza, 0,57% e
– Higiene Pessoal, -1,25%.

A variação acumulada, no mês de outubro, ficou em -0,60% (base 28/09/2001), e nos últimos 30 dias, em -0,67% (base 4/9/2001). No ano, a cesta variou 5,71% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 6,59% (base 04/10/2000).

No período de 28/9/2001 a 4/10/2001, os produtos que mais subiram foram:

– Arroz – Tipo 2 (pac. 5 Kg): 5,09%
– Extrato de Tomate (emb. 350-370 g): 1,15%
– Café em Pó Papel Laminado (pac. 500 g): 1,12%
– Água Sanitária Cândida (l): 0,98%
– Carne de Primeira (Kg): 0,93%

As maiores quedas foram:

– Lingüiça Fresca (Kg): -6,29%
– Batata (Kg): -5,56%
– Carne de Segunda s/ Osso (Kg): -4,71%
– Absorvente Aderente (pac. 10 unid.): -3,64%
– Óleo de Soja (900 ml): -3,62%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:
SÃO PAULO Barateiro R. das Palmeiras, 187. Sta. Cecília
CENTRO Barateiro R. das Palmeiras, 187. Sta. Cecília
NORTE Peri Av. Peri Ronchetti, 870. Jd. Peri
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Carneiro da Cunha, 426. Saúde
OESTE Extra R. Samuel Klabin, s/n. Alto da Lapa

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, sete apresentaram altas, 18 diminuíram de preço e 6 permaneceram estáveis.

Os produtos que mais pressionaram a queda no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem:
– carne de segunda s/ Osso (Kg): -0,48%,
– óleo se soja (900 ml): -0,17%,
– batata (Kg): -0,16%,
– açúcar refinado (pac. 5 Kg): -0,09%,
– sabonete (unid. 90-100 g): -0,07%.

Análise

Apesar da queda acumulada de -4,71%, nesta semana, para a carne de segunda sem osso, o mercado do boi gordo permanece em alta, com tendência à continuidade nos próximos dias, uma vez que haverá escassez de animais para abate pelo menos até meados de dezembro, quando o boi engordado a pasto começar a entrar no mercado, como é o caso de Goiás. No mercado de São Paulo, as cotações também continuaram em alta, mas segundo os analistas, não deve perdurar por muito tempo, pois os pecuaristas devem começar a ofertar o produto represado. A reação do varejo às altas de preços no atacado é que vai definir o mercado nos próximos dias. Outro fator que pode influenciar uma possível queda, é o volume de chuvas, pois as chuvas fortes atrapalham o manejo do gado cofinado, fazendo o pecuarista ofertar o gado.

As cotações de soja recuaram na bolsa de Chicago neste período, influenciadas pelo avanço da colheita nos E.U.A. e a baixa demanda dos países asiáticos, sobretudo a China. O mercado que já apresentava desaceleração mundial antes do atentado aos E.U.A., teve o cenário baixista reforçado por este acontecimento. Já no dia 3/10, os preços da soja apresentaram elevação, determinadas pela previsão de geada no norte e no centro do cinturão dos E.U.A. nos próximos três dias.

De acordo com analistas do mercado atacadista de batata, em São Paulo o mercado vem operando calmo, apesar do baixo volume ofertado que, ainda assim, supre o movimento de compras existente, provocando algumas sobras de mercadoria. Já no Estado do Paraná, as condições das lavouras de batata (safra das águas) encontram-se 12% ruins, 39% em situação média e o restante em bom estado, afetadas pelas geadas e chuvas que atingiram o Estado, nos últimos dias. Ainda assim, há perspectiva de recuperação das lavouras, pelo fato de estarem ainda em estágio inicial.

As exportações de açúcar apresentaram um bom desempenho até agora, motivadas pelo aumento de preço no mercado internacional, além da desvalorização do real frente ao dólar, que deixou o produto mais competitivo no exterior. Entretanto, a perspectiva de uma maior oferta mundial de açúcar na safra de 2002/03 (provenientes do Brasil, Austrália e União Européia) e conseqüente recuo dos preços internacionais, influenciaram a preferência das usinas brasileiras em vender para o mercado interno.

A queda de 6,29% para a lingüiça fresca, não reflete a situação atual do mercado, uma vez que o preço do suíno vivo subiu 3% no interior paulista, no dia 2/10, devido ao aquecimento de venda nos primeiros dias do mês, quando aumenta o consumo com o pagamento dos salários. A expectativa de crescimento na exportação colabora com a alta do mercado.