Consumidor: Fundação Procon-SP constata alta de 0,74% na cesta básica do paulistano

Confira as variações registradas na última pesquisa

sex, 10/08/2001 - 12h13 | Do Portal do Governo

Confira as variações registradas na última pesquisa

Na primeira semana de pesquisa do mês de Agosto de 2001, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,74%, revela pesquisa diária da Fundação Procon-SP, vinculada à Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese.

O preço médio, que no dia 02/08/2001 era R$ 147,12, passou para R$ 148,21 em 09/08/2001.

Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:

– Alimentação, 1,37%,
– Limpeza, -0,94% e
– Higiene Pessoal -2,28%.

A variação acumulada, no mês de Julho, ficou em -0,03% (base 31/07/2001), e nos últimos 30 dias, em 0,91% (base 06/07/2001). No ano, a cesta variou 4,79% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 7,68% (base 09/08/2000).

No período de 03/08/2001 a 09/08/2001, os produtos que mais subiram foram:

– Cebola ( Kg ): 10,84%
– Óleo de Soja ( 900 ml ): 6,61%
– Margarina ( pote 250g ): 5,66%
– Macarrão com Ovos ( pac. 500g ): 4,44%
– Batata ( Kg ): 3,31%

As maiores quedas foram:

– Linguiça Fresca ( Kg ): -9,97%
– Detergente Líquido ( emb.500 ml ): – 5,00%
– Absorvente Aderente ( pac. 10 unid. ): – 3,96%
– Creme Dental ( tubo 90g ): – 3,33%
– Sabonete ( unid. 90-100 g ):- 2,94%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:
SÃO PAULO Futurama Av. Angélica, 546. Sta. Cecília
CENTRO Futurama Av. Angélica, 546. Sta. Cecília
NORTE Peri Av. Peri Ronchetti, 870. Jd. Peri
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Domingos de Morais, 316. Vila Mariana
OESTE Barateiro Av. Imperatriz Leopoldina, 845. Vila Leopoldina

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 16 apresentaram altas, 11 diminuíram de preço e 4 permaneceram estáveis.

Os produtos que mais pressionaram a alta no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem:
– carne de segunda s/ osso ( Kg ): 0,33%,
– óleo de soja ( 900ml ): 0,27%,
– batata ( Kg ): 0,11%,
– macarrão com ovos ( pac. 500 g ): 0,11%,
– leite em pó integral ( emb. 400-500 g ): 0,10%.

Análise

Com oferta mais reduzida nas últimas semanas, o mercado de carne bovina permanece firme. Frigoríficos paulistas tiveram dificuldade, nos últimos dias, de trazer gado do Mato Grosso do Sul devido à greve do Iagro, órgão que emite guias de trânsito animal. Tradicionalmente, a demanda tende a aumentar na primeira quinzena do mês, época de pagamento de salários, contribuindo para a manutenção dos preços mais elevados.

Tanto a cebola como a batata continuam apresentando variações positivas na Cesta. As condições climáticas desfavoráveis vêm contribuindo para esta alta. A cebola, que na semana anterior já havia sofrido um aumento de 3,75%, apresentou, nesta semana, variação de 10,84%. O resultado da colheita, que está se intensificando nas regiões produtoras, mostra-se bastante comprometido, com um produto de menor calibre e bastante deformado, especialmente na Região Nordeste, mais seriamente afetada pela falta de chuvas.

Segundo dados do IBGE, com exceção do Paraná, todos os demais estados produtores apresentam perspectivas de diminuição da cultura nesta safra, devido à forte estiagem. Embora com uma variação positiva menor do que a semana passada, quando atingiu 11,01%, a batata continua em alta, reflexo da ocorrência de chuvas no período de colheita em algumas localidades da Região Sudeste.

A soja apresentou, nesta semana, intensa oscilação de preços no mercado internacional. Os produtores brasileiros, diante desta situação, estão comercializando a safra lentamente, para manter a boa média de preços. No mercado doméstico, os preços continuam firmes, estimulados pelas exportações, pela valorização dom dólar frente ao real e face às condições climáticas dos Estados Unidos.

Diante do alto custo de importação do trigo, provocado pela alta do câmbio, o interesse dos moinhos pelo grão nacional tende a aumentar. A próxima colheita, a partir de setembro, indica um considerável aumento atribuído, principalmente, ao recuo no plantio do milho safrinha no Paraná, em favor do aumento do plantio do trigo, e à boa produtividade das lavouras. As geadas ocorridas na semana passada no oeste do Paraná podem interferir nos preços de comercialização do grão.

Apesar do consumo interno de carne suína estar fraco, o crescimento das exportações continua firme. Além da Rússia, há possibilidade da abertura de novos mercados, como a União Européia, China e África do Sul.

O açúcar apresentou queda dos preços no mercado externo. O Brasil, maior exportador mundial, tem pressionado o mercado com o alto volume embarcado de açúcar desde maio, início da colheita da cana-de-açúcar. Este quadro tende a se manter diante da proximidade da colheita nos países da União Européia, em outubro, e de países exportadores como a Tailândia, Cuba e México, a partir de novembro. No mercado interno, os preços também estão em queda, reflexo da colheita da cana no Centro-Sul, responsável por mais de 85% da produção nacional.