Na terceira semana de pesquisa do mês de agosto de 2001, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,44%, conforme revela pesquisa diária da Fundação Procon-SP vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 16/8/2001 era R$ 149,07, passou para R$ 149,73 em 23/08/2001.
Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:
– Alimentação, 0,03%,
– Limpeza, 4,06% e
– Higiene Pessoal -0,55%.
A variação acumulada, no mês de agosto, ficou em 0,99% (base 31/07/2001), e nos últimos 30 dias, em 2,14% (base 23/7/2001). No ano, a cesta variou 5,87% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 8,56% (base 23/8/2000).
No período de 17/8/2001 a 23/8/2001, os produtos que mais subiram foram:
– Sabão em Pó (pac. 1 Kg): 6,67%
– Absorvente Aderente ( pac. 10 unid.): 6,06%
– Salsicha Avulsa (Kg): 4,64%
– Carne de Primeira (Kg): 3,41%
– Detergente Líquido(emb. 500 ml): 2,44%
As maiores quedas foram:
– Feijão Carioquinha (pac. 1 Kg): – 5,23%
– Batata (Kg): – 3,36%
– Sabonete (unid. 90-100 g): – 2,86%
– Creme Dental (tubo 90 g): – 2,22%
– Açúcar Refinado (pac. 5 Kg.): – 2,06%
Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:
SÃO PAULO Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
CENTRO Futurama Av. Angélica, 546. Sta. Cecília
NORTE Bergamini Av.Dr. Francisco Ranieri, 834. Lausane Paulista
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Domingos de Morais, 316. Vila Mariana
OESTE Barateiro Av. Imperatriz Leopoldina, 845. Vila Leopoldina
Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 14 apresentaram altas, 10 diminuíram de preço e sete permaneceram estáveis. Os produtos que mais pressionaram a alta no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem:
– sabão em pó (pac. 1 Kg): 0,46%,
– carne de primeira (Kg): 0,34%,
– carne de segunda s/ osso (Kg): 0,13%,
– biscoito maizena (pac. 200 g): 0,05%,
– absorvente aderente (pac. 10 unid.): 0,04%.
Análise
Esta é a terceira semana consecutiva que a Cesta apresentou variação positiva (0,44%). O produto que mais aumentou, nesta última semana, foi o sabão em pó (pac. 1 Kg), 6,67%, sendo este também que mais pesou na variação da Cesta.
A cotação do preço do boi se estabilizou em R$ 43,00/arroba em São Paulo. Segundo analistas, o que segura os preços é o fraco desempenho das carnes no atacado, o que faz os frigoríficos menos agressivos na hora de comprar, devido à fraca demanda, que diminuiu em função do racionamento de energia, alterando os hábitos de consumo da população e ainda devido seu menor poder de compra.
O biscoito maizena (pac. 200 g) apresentou variação positiva de 2,30% nesta semana. Este resultado é reflexo do aumento do trigo. As indústrias justificam o reajuste à alta dos custos da matéria-prima e dos insumos. A menor produção de trigo nos moinhos, entre 10% e 13%, no período de racionamento de energia, aliada a sustentação da demanda manteve os preços elevados da farinha. Além disso, o trigo subiu na bolsa de Chicago, impulsionado pela compra de 175 mil toneladas do trigo soft americano pelo Egito e pelas altas da soja e do milho. Outro cereal que pode ter exercido influência na variação deste produto é o milho, já que a área plantada de milho nos EUA foi avaliada em 52% de boa para excelente na semana passada, proporcionando a reação dos preços deste cereal na bolsa de Chicago.
Apesar da salsicha apresentar variação positiva de 4,64%, a partir do final desta semana verificou-se queda no preço do suíno vivo no interior paulista, devido ao consumo interno fraco e a queda das importações, que pode intensificar-se ainda mais, nos próximos dias, pela proximidade do final do mês, quando o mercado tende a ficar menos aquecido. A crise energética também está colaborando para a retração das cotações porque os frigoríficos evitam formar estoques.
