Confira as variações registradas na última pesquisa da Fundação Procon-SP
Na segunda semana de pesquisa do mês de Agosto de 2001, o valor da Cesta Básica teve alta de 0,58%, revela pesquisa diária da Fundação Procon-SP, vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, em convênio com o Dieese. O preço médio, que no dia 9/8/2001 era R$ 148,21, passou para R$ 149,07 em 16/8/2001.
Por grupo, foram constatadas as seguintes variações:
– Alimentação, 0,08%,
– Limpeza, 2,44% e
– Higiene Pessoal 2,54%.
A variação acumulada, no mês de Agosto, ficou em 0,55% (base 31/7/2001), e nos últimos 30 dias, em 1,70% (base 16/7/2001). No ano, a cesta variou 5,40% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 7,08% (base 16/08/2000).
No período de 10/8/2001 a 16/8/2001, os produtos que mais subiram foram:
– Cebola (Kg): 14,13%
– Detergente Líquido (emb. 500 ml):7,89%
– Sabonete (unid. 90-100 g): 6,06%
– Óleo de Soja (900 ml):3,88%
– Sabão em Barra (unid.): 3,70%
As maiores quedas foram:
– Batata (Kg): – 4,80%
– Carne de Segunda s/ Osso (Kg): – 3,39%
– Queijo Muzzarela Fatiado (Kg): – 2,60%
– Alho (Kg): – 1,87%
– Margarina (pote 250 g) – 1,79%
Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:
SÃO PAULO Futurama Av. Angélica, 546. Sta. Cecília
CENTRO Futurama Av. Angélica, 546. Sta. Cecília
NORTE Bergamini Av.Dr. Francisco Ranieri, 834. Lausane Paulista
LESTE Estrela Azul Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina
SUL Barateiro R. Domingos de Morais, 316. Vila Mariana
OESTE Barateiro Av. Imperatriz Leopoldina, 845. Vila Leopoldina
Análise
Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 18 apresentaram altas, 12 diminuíram de preço e um permaneceu estável.
Os produtos que mais pressionaram a alta no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem:
– óleo de soja (900 ml): 0,17%,
– frango resfriado inteiro (Kg): 0,13%,
– sabonete (unid. 90-100 g): 0,13%,
– sabão em pó (pac. 1 Kg): 0,13%,
– açúcar refinado (pac. 5 Kg): 0,12%.
Com uma variação positiva de 0,58%, a Cesta apresentou, nesta semana, aumentos significativos em produtos como a cebola e o óleo de soja, itens esses que vêm apresentando altas nas duas últimas semanas.
No caso da cebola, a tendência de alta confirma-se diante da menor produção colhida em importantes regiões produtoras (interior de São Paulo, Paraná e Região Nordeste), afetadas pela estiagem. Há três semanas, o produto permanece com o preço em elevação, tendo variações de 3,75% (de 27/7 a 2/8) e 10,84% (de 3/8 a 9/8) e 14,13% nesta última semana.
Dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), ligado à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, divulgados recentemente, indicam que o Índice de Preços Recebidos (IPR) pelos produtores paulistas apresentou variação positiva de 1,80% na primeira quadrissemana de agosto, o que tende a influenciar os preços praticados no varejo. Dentre os produtos que apresentaram elevação, o destaque foi para a soja, que frente ao forte ritmo das exportações e dos ganhos dos preços internacionais, estimulados pela seca no Meio-Oeste dos EUA e a previsão de redução da próxima safra americana (divulgada na semana passada pelo USDA – Departamento de Agricultura do EUA), contribuem para as altas cotações do grão. Neste contexto, o óleo vegetal e o farelo de soja (ingrediente da ração animal) acompanham a tendência de alta da soja. Devido às ofertas escassas dos ingredientes alimentícios concorrentes, como o óleo de colza, girassol e de palma, a demanda pelo óleo de soja tende a crescer, dando sustentação ao preço, tanto no mercado externo como no interno.
Após um mês de relativa baixa, o frango apresenta aumento nesta segunda semana de agosto. O retorno das aulas e o pagamento dos salários favoreceram a demanda. Acrescenta-se, ainda, o bom desempenho das exportações, o que vem mantendo a oferta enxuta no mercado interno.
Apesar da carne de segunda sem osso ter apresentado uma variação negativa de 3,39%, a carne bovina está com boa oferta no mercado. Assim como o frango, o crescente aumento das exportações tem provocado uma oferta interna mais ajustada à demanda.
Os baixos preços exercidos pelas indústrias no pagamento de leite fornecido pelos produtores rurais vêm preocupando o governo. Uma das medidas adotadas por produtores e cooperativas de leite é reduzir a oferta do produto para forçar o aumento do preço pago pelas indústrias no mercado interno. Este quadro tende a influenciar os preços de produtos derivados como, por exemplo, o queijo muzzarela.
Ao contrário das duas últimas semanas, o mercado registrou aumento da oferta e ligeiro recuo dos preços da batata, indicando uma variação negativa de 4,80% na Cesta Básica.