Conhecimento: Encontro de reitores na Unicamp discute estratégia de cooperação

Seminário reúne reitores de 15 universidades do Brasil, Argentina,Uruguai, Paraguai e Chile

sex, 11/04/2003 - 12h10 | Do Portal do Governo

Do Portal da Unicamp
Por Luiz Sugimoto

“Se o futebol separa nossos países, a pesquisa precisa nos unir”, brincou o reitor da Unicamp Carlos Henrique de Brito Cruz, ao definir o espírito do encontro de reitores e delegados de quinze universidades do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile na Unicamp, em Campinas, nesta sexta-feira, dia 11.

Os reitores estão em reunião de trabalho desde a quarta-feira e, hoje apresentam as propostas e os primeiros resultados de projetos cooperativos no seminário “Políticas e Estratégias em Ciência e Tecnologia nos Países do Mercosul”, organizado pela Coordenadoria de Relações Internacionais e Institucionais (Cori) da Universidade. O seminário, aberto ao público no auditório da Diretoria Geral de Administração (DGA), tem como subtemas “Políticas Nacionais em Ciência e Tecnologia” e “Cooperação Regional em C&T – Participação das Universidades Públicas”.

Um projeto já em prática envolve aproximadamente 120 graduandos brasileiros, argentinos e uruguaios, que estão freqüentando por um semestre as universidades dos países vizinhos. No próximo semestre, o Programa de Intercâmbio e Mobilização Acadêmica (Pima) deve contemplar mais 150 estudantes, com passagem, estadia, alimentação e pequenas despesas custeadas com recursos da Organização dos Estados Ibero-Americanos e dos fundos universitários. O custo médio é de US$ 1 mil por estudante. “O importante é que se trata, na América Latina, do primeiro intercâmbio formal em que são reconhecidas as carreiras. Isso significa que os créditos obtidos nesses seis meses serão considerados para a graduação”, explica Jorge Brovetto, secretário executivo da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM).

Segundo o reitor Brito Cruz, desde agosto a Unicamp já acertou seis projetos somente com instituições argentinas, uma delas com a Universidade de Buenos Aires, prevendo ainda para 2003 a instalação de uma cátedra para temas relacionados ao Brasil, aqui, e para temas argentinos, lá. Três outros importantes programas foram iniciados no ano passado, como a colaboração conjunta de instituições amazônicas e a formação de quadros qualificados com outras universidades nacionais.

O tema do seminário desta sexta-feira, dia 11, centrado em políticas nacionais de ciência e tecnologia, não foi escolhido casualmente. Jorge Brovetto explica que a maioria dos países sul-americanos não possui estratégias para C&T, mesmo a Argentina e o Uruguai. “Apesar das críticas feitas internamente, o Brasil sustenta uma política de estado. “Esperamos que esses encontros ajudem a conscientizar os estados da nossa região sobre a importância do desenvolvimento tecnológico. Apesar dos governos, os acadêmicos sempre mantiveram relações fluidas e fraternas”, afirma Brovetto.

Em relação ao Brasil, o reitor Brito Cruz afirma que nenhum país conseguiria formar seis mil doutores por ano sem uma política de C&T. “Devemos reconhecer que foi exercida esta política nos últimos 40 anos, na formação de recursos humanos, no desenvolvimento de uma infra-estrutura de pesquisa invejável e, de quatro anos para cá, na inclusão na agenda da pesquisa em indústrias e empresas para completar esta capacidade acadêmica”, enfatiza.
Mais informações podem ser obtidas no site www.unicamp.br
V.C.