A cidade de Rio Claro, na região de Campinas, poderá ter um patrimônio cultural bastante singular: o traçado urbano, que agora está sendo estudado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado) para fins de tombamento.
Todo o arruamento da cidade, desde seu núcleo original, obra do Senador Nicolau do Campos Vergueiro, está preservado até hoje e guarda importantes qualidades urbanísticas para a história local e estadual.
O município de Rio Claro se destaca entre os que se desenvolveram no período do café, direcionando sua evolução tanto nas questões ideológicas, com a realização de campanha abolicionista e republicana e incentivo a liberdade religiosa, inclusive com a introdução do protestantismo, como pela preocupação com a qualidade dos serviços, com a modernização das práticas agrícolas e soluções planejadas para ocupação do espaço urbano.
Nesse aspecto, o arruamento recebeu especial atenção, com o desenvolvimento de um plano urbanístico, na década de 1830, elaborado por um grupo de fazendeiros organizados na “Sociedade do Bem Comum. O plano urbanístico definiu para o centro (ou núcleo original) um traçado octogonal que se manteve como modelo das expansões ocorridas nos 30 anos posteriores.
Esse projeto conferiu á cidade características de núcleo avançado e moderno, em harmonia com as atividades ferroviárias, a paisagem e as edificações que emolduraram o centro histórico, resultando num local de alta qualidade urbana.
O traçado urbano da cidade de Rio Claro fica provisoriamente preservado até a conclusão dos estudos de tombamento.