Começam os testes para despoluição do Rio Pinheiros

Nível de oxigênio da água será ampliado pelo sistema de flotação. Medida possibilitará a volta do bombeamento para a represa Billings

ter, 24/09/2002 - 17h33 | Do Portal do Governo

As águas do Rio Pinheiros deverão estar despoluídas até o fim de dezembro deste ano num trecho de cinco quilômetros – entre a Usina de Pedreira e a estação Jurubatuba da CPTM, na Zona Sul da Capital. A despoluição será feita pelo sistema de flotação. Nesta terça-feira, dia 24, foram iniciados os primeiros testes dos equipamentos instalados nas margens do rio. Estas máquinas realizarão a retirada da sujeira e a inserção de oxigênio no leito.

Os cinco quilômetros que serão despoluídos servirão como teste para provar a eficácia do sistema de flotação. Após a conclusão dos trabalhos, em novembro, o processo deverá ser expandido para todos os 25 quilômetros de extensão do Rio Pinheiros. Procedimentos semelhantes já foram realizados e aprovados nos lagos do Parque do Ibirapuera, da Aclimação e no Horto Florestal.

As estações de tratamento instaladas na margem do Rio Pinheiros. já demonstram que o resultado será satisfatório. Nestes locais, a água suja do rio foi depositada em pequenos tanques para receber o tratamento por flotação. Há seis meses foi iniciada uma criação de peixes nestes reservatórios. Hoje, a água está bastante clara e os peixes grandes.

O sistema de flotação faz com que os resíduos sólidos presentes no Rio subam para a margem e fiquem colados uns nos outros. A partir daí, é possível fazer a retirada da sujeira e recuperar a água injetando oxigênio.

Simultaneamente ao tratamento por flotação, o Governo do Estado está realizando o Projeto Tietê 2 em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Por este projeto, cerca de 300 mil residências deixarão de lançar esgotos diretamente nos rios da Capital, com a ampliação das redes coletoras.

Bombeamento para a Represa Billings

Melhorar a qualidade do Rio Pinheiros também é uma medida importante para a distribuição de água em São Paulo. A represa Billings depende do bombeamento de água do Rio Pinheiros para não esvaziar. Só que atualmente este bombeamento não está sendo feito durante o ano todo, devido a má condição das águas do rio. Atingindo o parâmetro estabelecido, que é obter uma água melhor que a da represa, será iniciado o bombeamento.

Hoje, o bombeamento para a represa Billings está sendo feito apenas nos meses de verão, quando o nível de água do Rio Pinheiros atinge um nível muito alto e conseqüentemente melhora a sua qualidade.
Nesta primeira etapa, com a despoluição dos cinco quilômetros, será possível bombear 10 metros cúbicos por segundo de água para a Represa.

Em uma segunda etapa, quando os 25 quilômetros do Rio Pinheiros estiverem despoluídos, poderão ser bombeados 50 metros cúbicos por segundo. A segunda fase ainda depende de patrocinador. Terão de ser investidos R$ 156 milhões para realizar a obra em um prazo de seis meses.

Geração de energia

Com o bombeamento da água do Rio Pinheiros para a Represa Billings também será possível ampliar a geração de energia na Usina Henry Borden, em Cubatão. Na primeira etapa poderão ser adicionados 50 megawatts médios e após a conclusão da segunda fase deverão ser gerados 298 megawatts médios a mais.

Arce lembrou que o investimento da primeira etapa é de R$ 56 milhões e está sendo feito pela Petrobrás. A empresa será ressarcida a partir do aumento da geração de energia.

Rogério Vaquero