O dia 23 de novembro foi eleito o ‘Dia D Contra a Dengue’. O objetivo é mobilizar a sociedade, não apenas para esta data, mas para um trabalho contínuo de eliminação de focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
No próximo sábado, as escolas serão abertas à comunidade para atividades. Todos os alunos das escolas estaduais e de muitas municipais desenvolverão trabalhos ligados ao tema e serão convidados a colaborar no combate ao mosquito.
“Dengue é nossa responsabilidade. Nós temos de nos preocupar, temos de olhar nossa própria casa. O mosquito está muito mais próximo de nós do que podemos imaginar”, destaca o superintendente da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), vinculada à Secretaria Estadual da Saúde, Luiz Jacintho da Silva.
O risco de uma epidemia no próximo verão existe e a tendência é de aumento dos casos da forma mais grave da doença, a hemorrágica, que pode levar à morte. Os números da dengue são alarmantes. Para se ter uma idéia, o mosquito Aedes aegypti está presente em 100 países, onde vivem 2,5 bilhões de pessoas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 80 milhões de pessoas se infectem anualmente em todo o mundo, causando aproximadamente 500 mil internações e 20 mil mortes por ano. O comportamento da doença no Brasil tem seguido a tendência apresentada na América Central, Caribe e Sudeste Asiático. Embora o número de pessoas infectadas seja menor, os casos graves são mais comuns.
Em São Paulo, tivemos 51 mil casos em 2001. Esta ano, foram 40 mil, no entanto, o número de casos de dengue hemorrágica, que no ano passado foi de cinco, este ano subiu para 19, com seis mortes.
O secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes, explica que é falsa a impressão de que à medida que várias epidemias se sucedem, uma porcentagem grande da população adquire anticorpos contra a dengue.
“Isso não é verdade. Cada ano tem mais gente que já teve dengue pelo vírus tipo um, ou dois, ou três. E essas pessoas terão a memória imunológica da doença para o resto da vida. Então, a cada ano temos mais gente preparada para ter dengue hemorrágica”, afirmou.
Cíntia Cury
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