Cláudio Lembo participa de Congresso para estimular a indústria

Ele disse que o setor deve ser privilegiado porque é importante gerador de emprego

sex, 13/06/2003 - 15h08 | Do Portal do Governo


O governador em exercício, Cláudio Lembo, participou na manhã desta sexta-feira, dia 13, da abertura do I Congresso da Indústria Paulista “Uma Agenda Para a Retomada do Desenvolvimento”, organizado pela CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) que, junto com a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), representa as entidades máximas da indústria paulista. O evento está sendo realizado na sede da FIESP até o final desta tarde, e se encerra neste sábado, dia 14.

Cláudio Lembo comentou que quem produz emprego não deve ser marginalizado. “A indústria deve ser prestigiada porque é um setor fundamental para a criação de emprego e exportação”. Ele disse que as parcerias entre o Governo paulista e a indústria estão bem integradas, oferecendo em todo o Estado a possibilidade da indústria se fortalecer, como os galpões da agroindústria. “É uma forma de incentivar a micro e pequena empresa”.

Durante sua exposição, o presidente da FIESP, Horácio Lafer Piva, falou que o setor industrial quer ser ouvido pelo governo e pelo mercado, pois a indústria é a força que cria emprego e riquezas”. Ele observou que Governo do Estado e a indústria precisam encontrar uma melhor forma que dê resultados nas exportações. Com o objetivo de inserir o Estado de São Paulo no mundo globalizado, ele afirmou que está sendo discutido a possibilidade da instalação de um escritório de representação da entidade nos Estados Unidos.

Referindo-se ao estreitamento de ações entre a indústria e o Governo do Estado, Piva elencou a alta qualificação da mão-de-obra, a boa infra-estrutura das estradas, que ligam o eixo metropolitano de São Paulo com o melhor mercado consumidor do País -o Interior do Estado-, além das boas universidades. “Nós precisamos verificar de que forma podemos alavancar mais estes ativos. Temos insistido na criação de uma carteira de fomento, que permita ao Estado trabalhar melhor com os recursos do BNDES”. Ele destacou a criação de grupos, implementados pelo Governo do Estado, que ajudam a micro e pequena empresa, a exportação, os fundos de avais e os arranjos produtivos locais.

Na questão de logística, Piva disse que um Estado como São Paulo precisa colocar seus recursos em pontos, que se constituem no gargalo, para que a produção possa ser desovada. “Tem aí toda uma agenda que já vem sendo tratada, em cima da qual esperamos que este Congresso possa dar mais organicidade”, falou.

Taxa de juros

Questionado durante coletiva sobre as taxas de juros, Lembo disse que o Estado vem sentindo a queda da arrecadação. “A economia está parando e isto nós não podemos permitir em função do desemprego e sobretudo pelos problemas sociais que geram. Creio que efetivamente terminou o momento de uma visão cartesiana e temos que ir para uma visão política da problemática dos juros. Neste sentido, ele destacou que o Governo do Estado diminuiu de forma simbólica a taxa de juros do Banco Nossa Caixa.

Perguntado sobre as empresas que ameaçam realizar demissões, a partir da semana que vem, caso os juros não baixem, Cláudio Lembo disse que é preciso voltar a estudar o que é melhor para o país: o desenvolvimento ou o monetarismo. “Precisamos dar o equilíbrio para estas duas posições que devem ser repensadas. Há muita emoção no Brasil neste momento e nós de ir mais para a racionalidade”. Ele disse que este comentário não é uma crítica à política empregada pelo governo federal, e sim um conselho. ‘Um bom governante deve ouvir conselhos. A melhor forma de governar é ouvindo os outros”.

Sobre a atitude do Governo federal em punir as empresas que não cumprirem a meta de exportação, Lembo disse que tal atitude é ingênua. “Nós temos concorrentes internacionais. Não é questão de punir e sim de dar apoio, incentivo e privilegiar aqueles que exportam”.

O presidente da FIESP disse que está procurando argumentar com o Governo federal que há espaço do ponto de vista técnico para a redução das taxas de juros. “Nós todos estamos percebendo rapidamente o aumento do desemprego, uma desaceleração muito significativa da produção industrial e das vendas. Está mais do que constatado a perda de renda do consumidor brasileiro”, falou Piva.

Para ele, não seria a diminuição da taxa de juros que criaria qualquer risco de demanda da inflação. “Como o Banco Central tem um olhar para o horizonte, acreditamos que é possível reduzir a taxa de juros. Isto tem um efeito prático e, principalmente psicológico, que é uma coisa que precisamos neste momento”, afirmou.

A próxima reunião do Congresso da Indústria Paulista será nos dias 26 e 27 deste mês, na FIESP, com as presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Luís Fernando Furlan.

Valéria Cintra