O escritor e cineasta João Batista de Andrade, 65 anos, aceitou o convite feito pelo governador Geraldo Alckmin e vai assumir a Secretaria Estadual da Cultura, em substituição a Claudia Costin, que pediu para deixar o cargo. Mineiro de Ituiutaba, João Batista é doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo. “Cultura é uma área de união. Pretendo somar todos os esforços para valorizar e dar impulso a todas as manifestações culturais do Estado de São Paulo”, diz João Batista.
“A vida inteira falei e discuti política cultural. Agora é a hora de pôr a mão na massa”, diz o cineasta. Ao mesmo tempo que considera um desafio assumir a Secretaria da Cultura, está seguro de que poderá fazer um bom trabalho: “Eu sempre tive uma visão não-corporativa da questão cultural e minhas reflexões nesta área não privilegiam o cinema”.
Atualmente, João Batista está finalizando o longa-metragem Veias e Vinhos, uma História Brasileira, adaptação do romance de Miguel Jorge, e prepara o documentário Trinta Anos Depois, sobre o jornalista Vladimir Herzog.
Autor de 11 longas-metragens, de documentários e filmes para a televisão, entre seus filmes mais conhecidos destacam-se Doramundo, que conquistou os prêmios de melhor filme e diretor no Festival de Gramado em 1978; O Homem que Virou Suco, considerado o melhor filme e premiado, também, com a medalha de ouro no Festival Internacional de Moscou em 1981, entre outras distinções; e O País dos Tenentes, que recebeu cinco prêmios no Festival de Brasília e foi considerado o melhor filme pela Riocine em 1987. Como escritor, é autor do livro Perdido no Meio da Rua, que tem como base textos produzidos durante o movimento militar de 1964, e O Portal dos Sonhos, entre outros títulos. Em 2002, lançou O Povo Fala, com a sua tese de Doutoramento em Comunicação pela USP.
Além do cinema e da literatura, João Batista de Andrade ocupou diversos cargos ligados ao cinema e à cultura brasileira. Presidiu a Associação de Cineastas de São Paulo (APACI) e a Cinemateca Brasileira, foi conselheiro do Museu da Imagem e do Som e coordenador-geral do FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental) em sua primeira e terceira edições.
