Da Revista Fapesp e Agência Imprensa Oficial
O tratamento de queimaduras terá, em breve, um novo aliado. A novidade surgiu no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), onde pesquisadores desenvolveram um curativo de hidrogel reforçado com fibras de polipropileno, material plástico ideal para o tratamento de queimados. Os curativos feitos com esse biomaterial, também chamados de membranas, já existiam no mercado, mas se rompem com facilidade durante o manuseio. Os médicos também reclamam que eles são pequenos, e que não cobrem áreas extensas do corpo. Com o reforço do polipropileno desenvolvido pelo químico Luiz Henrique Catalani e sua equipe, os curativos poderão ser fabricados em qualquer dimensão e não apenas no tamanho padrão de 8 por 15 centímetros.
Os estudiosos da USP utilizaram o hidrogel criado pelo pesquisador polonês Janus Rosiak, cuja tecnologia foi transferida no início dos anos 90 para o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
Segundo Catalani, a maior vantagem do novo curativo em relação aos tradicionais, feitos de gaze, é a redução da dor provocada pela queimadura. ‘Essa sensação ocorre por causa da exposição das terminações nervosas dos ferimentos. Ao manter a área queimada úmida, a dor diminui em mais de 90% proporcionando grande alívio para os pacientes’, afirma.
Outra vantagem do hidrogel é que acelera o processo de cicatrização, por manter a queimadura sempre hidratada. Além disso, por ser impermeável a microrganismos, evita a infecção por bactérias. Ao mesmo tempo, mantém a ferida arejada, porque o curativo é permeável ao oxigênio. Catalani está negociando com uma indústria farmacêutica a produção comercial da membrana reforçada.
(LRK)
