Ciência: Museu de Paleontologia de Marília incentiva estudo e busca de fósseis

Espaço reúne fragmentos fósseis de dinossauros, esqueletos de animais primitivos, peixes e anfíbios

sex, 07/01/2005 - 15h32 | Do Portal do Governo

Quem tem curiosidade de conhecer fragmentos de uma série de fósseis de animais que habitaram o oeste paulista há cerca de 70 milhões de anos, no período cretáceo, não deve deixar de visitar o Museu de Paleontologia de Marília. Inaugurado pela prefeitura da cidade há pouco mais de um mês, o espaço é o único da região oeste do Estado que abriga peças com essa temática.

Tudo começou por iniciativa do pesquisador e historiador William Roberto Nava. Desde a adolescência, ele sempre se interessou pelo estudo de dinossauros e Paleontologia: “Por pura curiosidade me interessei ao longo destes últimos 11 anos pela Paleontologia e me tornei ‘craque’ em localizar e reconhecer fósseis. Na região de Marília, já realizei descobertas de animais pré-históricos que viveram no período cretáceo. Por exemplo: fósseis de dinossauros herbívoros (os titanossauros), que também são bastante encontrados em outras regiões sedimentares do País”.

Conta que encontrou fósseis de uma espécie extinta de pequeno crocodilo dessa época, o Mariliasuchus amarali, ainda desconhecido pela comunidade científica.

Desde 1995 foram formalizadas parcerias com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP), o Museu Nacional do Rio de Janeiro e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro. Tais convênios, estabelecidos com o paleontólogo Nava, permitiram aprofundar as pesquisas relacionadas ao reconhecimento dos fósseis encontrados.

Mais pesquisadores – Toda a coleção do museu é proveniente destes trabalhos científicos. Os estudiosos atuaram nas rochas sedimentares próximas a Marília e descobriram fragmentos fósseis de dinossauros (titanossauros), esqueletos praticamente completos do crocodilo primitivo Mariliasuchus, peixes, anfíbios, além de vestígios de microfósseis.

Nava, que também é o coordenador do museu, explica que o objetivo da criação do espaço é promover a pesquisa, a preservação e a divulgação dos vestígios de antigos seres que habitaram a região, de uma forma didática: “Pelo fato de exposições como essa serem raras no Brasil, o museu é um excelente ponto cultural e turístico, além de atrair estudantes e jovens paleontólogos que se interessam por esses estudos”.

O pesquisador informa que ainda existem muitos sítios a serem investigados na região, por isso ressalta a necessidade de mais pesquisadores, jovens paleontológos interessados nesses estudos. “Sempre que posso, procuro conscientizar a meninada da importância de estar de olho nos lugares rochosos, em localidades com relevo colinoso onde ocorre erosão do terreno, pois muitos fósseis aparecem em situações como essa. Estudar as formas de vida do passado nos auxilia a encontrar muitas respostas para o presente.”

Nava destaca que existem pouquíssimas exposições relacionadas a dinossauros e outros animais no Brasil: “Dá para contar nos dedos os locais do País onde é possível ver um fóssil”.

Os Museus de Paleontologia de Marília e o de Monte Alto, na região de Ribeirão Preto, são os únicos do interior do Estado de São Paulo que oferecem exposição permanente de ossos de dinossauros.

SERVIÇO


O Museu de Paleontologia de Marília fica na Avenida Sampaio Vidal, 245 – centro de cidade e funciona todos os dias, exceto feriados, das 13 às 18 horas. Entrada gratuita. Agendamento para escolares pelo telefone (14) 3432-2006 com o próprio pesquisador, ou (14) 3402-6600, na Secretaria Municipal de Cultura. Outras informações podem ser obtidas no site www.dinossaurosemmarilia.fundanet.br

Da Agência Imprensa Oficial
Por Viviane Gomes

(LRK)