Ciência: Instituto Oceanográfico desenvolve sistema para aprimorar ração para aqüicultura

Insumo representa até 60% dos custos variáveis na criação de peixes e camarões

qua, 28/01/2004 - 9h26 | Do Portal do Governo

Com o propósito de determinar o potencial para a criação comercial de espécies aquáticas a partir da capacidade de digestão de alimentos industrializados de cada animal, o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo desenvolveu um sistema de análise para controlar a qualidade das rações e seus ingredientes, baseando-se em aspectos fisiológicos e bioenergéticos de peixes e de camarões.

Com o estudo pronto, o professor Daniel Eduardo Lemos, coordenador da pesquisa, busca transferir a tecnologia em parcerias com criadores, que poderão ter a identificação mais apropriada das rações, e fabricantes, para incrementar alternativas de formulação e controle de qualidade. Na aqüicultura, a ração representa até 60% dos custos variáveis.

A técnica empregada para determinar a alimentação mais apropriada consiste em analisar, por meio de uma reação bioquímica, a digestibilidade das proteínas, componentes mais importantes da dieta de crustáceos e de peixes marinhos. Por meio de uma reação in vitro, simula-se a digestão da proteína pelas enzimas coletadas do animal. Esse processo provoca rupturas nas ligações entre os aminoácidos.

Quanto mais rupturas, maior a digestão do alimento. ‘Também medimos a quantidade de nutrientes expelidos nas fezes, porque quanto mais alimento perdido menos digerível e apropriada é a ração’, diz Lemos. Com isso, determinam-se a qualidade do produto e a absorção do alimento pelo animal.

O estudo que resultou nesse sistema começou com um projeto do Programa Jovem Pesquisador, da FAPESP, para dar novos subsídios à criação do camarão-rosa (Farfantepenaeus paulensis), espécie comum em grande parte do litoral brasileiro e que foi criada em cativeiro principalmente nas décadas de 1980 e 1990.

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(LRK)