Diferente no formato, mas tão perversa quanto a existente no século XIX, a escravidão é um problema que ainda assola o País. Casos de cidadãos confinados em locais ermos trabalhando em troca de comida costumam rechear os noticiários. Em busca de soluções para este problema, a assessoria de Defesa da Cidadania (ADC) realiza na próxima quarta-feira, dia 26 a terceira edição do projeto Diálogos da Cidadania.
Vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, a iniciativa debaterá o tema em todas suas vertentes. Para Roberto Almeida de Oliveira, assessor da cidadania e um dos responsáveis pelo projeto, é preciso entender as raízes da escravidão para combatê-la.
“Precisamos entender o conceito histórico de escravidão para a partir daí desenvolvermos alternativas de combate e, se possível, potencializar as formas de monitoramento desta prática”, conta.
De acordo com estimativas da Comissão Pastoral da Terra, entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), atualmente, cerca de 25 a 40 mil brasileiros sofrem com o problema do trabalho escravo. Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que os estados do Maranhão e Piauí são os que mais registram casos de servidão forçada no País.
Esta prática, no entanto, não se resume somente ao interior do Brasil e às regiões agrícolas. Há casos de trabalho escravo em grandes centros urbanos, como os casos das pequenas tecelagens e empresas do Brás e Bom Retiro, em São Paulo.
Para debater sobre o tema, a Assessoria de Defesa da Cidadania convidou o professor da Universidade Cruzeiro do Sul, Juarez Tadeu de Paula Xavier, o membro da ONG Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, e o representante da Pastoral da Terra, Frei Xavier Plassat.
O projeto Diálogos da Cidadania acontece toda última quarta-feira do mês, das 19h às 21h, no Espaço da Cidadania André Franco Montoro. O objetivo é estimular a população a propor idéias e participar de iniciativas ligadas à luta pelos direitos humanos e a defesa da cidadania.
Entre os assuntos que já foram debatidos nos Diálogos da Cidadania estão a Inclusão Digital e a Violência Doméstica. Só na última edição do evento, cerca de 90 pessoas compareceram e participaram da discussão, apresentando casos reais e propondo soluções.
Para as próximas edições dos Diálogos da Cidadania, a ADC selecionou os seguintes temas: Mídia (junho) e Tolerância (julho). Mais informações sobre o projeto pelo telefone (11) 3291-2622.
Vinicius Traldi da secretaria da Justiça
C.A.