Cetesb: Painel sinótico da rede telemétrica volta a funcionar

Problemas nas estações medidoras agora são facilmente diagnosticados

ter, 07/10/2003 - 16h00 | Do Portal do Governo

Há quatro meses, a equipe do Setor de Telemetria, responsável pela produção do boletim diário de qualidade do ar e pela operação e manutenção das estações medidoras, vem desenvolvendo um trabalho que, para a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), terá um grande significado: fazer o grande painel sinótico, que indica visualmente a qualidade do ar nas 31 estações medidoras, voltar a funcionar.

Para atingir esse objetivo, eles não pouparam esforços. Numa maratona conjunta, a equipe se revezou nos trabalhos de rotina e no desenvolvimento do projeto de ‘hardware’ e ‘software’, necessário para recuperar essa importante ferramenta de trabalho, desativada desde 1996, quando houve a renovação da rede, que não contemplou o painel e nem o laboratório de eletrônica do setor.

A primeira etapa dessa missão, quase impossível, foi desenvolver o ‘hardware’, que consistiu no projeto do circuito, confecção do ‘layout’, confecção da placa de circuito impresso, montagem das placas, conexão elétrica das placas e testes. O desenvolvimento do ‘software’ incluiu o projeto do sistema, a criação do ‘drive’ para conexão do ‘software’ com o ‘hadware’, a criação do ‘software’ com conexão com o banco de dados e os testes com o ‘hard’.

As dificuldades começaram no momento de colocar o projeto em prática. Como o laboratório do setor é obsoleto, os técnicos partiram para o ‘jeitinho’ brasileiro. Primeiro, eles aproveitaram muita sucata da rede antiga, armazenada no porão do prédio da telemétrica, compraram material básico aos poucos e apelaram para o contato que alguns mantêm com universidades, para o uso dos laboratórios dessas instituições.

Para Emerson Matsukawa, o sucesso dessa reforma se deu graças às ‘soluções russas’ que foram adotadas e explica: ‘Os americanos gastaram milhões de dólares desenvolvendo uma caneta que pudesse ser usada pelos astronautas no espaço, onde não há gravidade; os russos, sem verba para desenvolver algo semelhante, usaram o lápis’.

Mas quando a situação apertou e a equipe chegou a um impasse, Augusto Nishikawa não teve dúvidas: inscreveu-se num curso de três dias, com recursos próprios, para sanar as dúvidas e poder concluir o projeto.

A gerente do setor, Maria Lúcia Gonçalves Guardani, se orgulha do empenho e determinação da equipe: ‘A ala jovem do setor tem muito potencial e contagiou todo mundo. Todos colaboraram de alguma forma. Eu, por exemplo, contribui com a lavagem do painel’, disse.

Terminada a reforma, a equipe desfruta agora das facilidades que o painel proporciona, pois basta uma olhada no mapa para saber se há problema em alguma estação. O painel é interligado com os computadores da rede, que recebem informações por linha telefônica de hora em hora, mantendo-se, assim, sempre atualizado.

‘O painel dá uma visão macro da situação nas estações, dá para saber de cara qual estação está com problema, não só de poluição como de comunicação. Ele é muito funcional’, afirma Carlos Eduardo Negrão, um dos funcionários mais antigos do setor.

Existe, agora, um novo desafio para a equipe, que é o de montar um mini-painel sinótico no ‘hall’ do Prédio 1, mostrando a qualidade do ar nas 31 estações de medição existentes no Estado. Mas, para a isso, segundo a gerente do setor, ‘seria muito importante a modernização do nosso laboratório de eletrônica, que não atende à sofisticação dos novos equipamentos’.

Lúcia lembra: ‘Os técnicos precisam, com freqüência, fabricar peças para a manutenção da rede, como placas elétricas, circuitos e ‘chips’, sempre contando com a cortesia de pessoas que trabalham em laboratórios de universidades. Isso tem nos deixado sem autonomia para resolver problemas básicos’.

Apesar das dificuldades que enfrenta no dia-a-dia, Lúcia aproveita para convidar a todos os funcionários da Companhia para uma visita à rede telemétrica, pois ‘tem gente que nunca entrou aqui e nem imagina como é o nosso trabalho’, conclui.

Da Assessoria de Imprensa da Cetesb/L.S.