Cesta básica: Procon constata variação semanal de 0,33% na cesta básica

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sex, 21/09/2001 - 12h32 | Do Portal do Governo

Na terceira semana de pesquisa do mês de Setembro de 2001, o valor da cesta básica teve alta de 0,33%, revela pesquisa diária da Fundação Procon, vinculada à Secretaria da Justiça do Governo do Estado de São Paulo, em convênio com o Dieese.

O preço médio, que no dia 13 era R$ 149,92, passou para R$ 150,41 no dia 20. Por grupo, foram constatadas as seguintes variações: Alimentação, 0,45%, Limpeza, 0,34% e Higiene Pessoal -0,70%, ficando a variação acumulada, no mês de Setembro, em 0,52% (base 31/08/2001), e nos últimos 30 dias, em 0,61% (base 0/08/2001). No ano, a cesta variou 6,35% (base 29/12/2000), e nos últimos 12 meses, 6,53% (base 20/09/2000).

No período de 14/09/2001 a 20/09/2001, os produtos que mais subiram foram:

– Cebola (Kg): 10,78%

– Batata (Kg): 7,48%

– Creme Dental (tubo 90 g): 3,61%

– Queijo Muzzarela Fatiado (Kg): 3,21%

– Alho (Kg): 2,26%

As maiores quedas foram:

– Margarina (pote 250 g): -6,45%

– Absorvente Aderente (pac. 10 unid.): -4,55%

– Ovos Brancos (Dz): -3,87%

– Café em Pó Papel Laminado(pac. 500 g): -3,26%

– Sabonete(unid. 90-100 g): -2,86%

Nesta semana, os supermercados com os melhores preços da cesta básica foram:

CENTRO
Barateiro
R. das Palmeiras, 187. Sta. Cecília

NORTE
Bergamini
Av. Dr. Francisco Ranieri, 834. Lausane Paulista

LESTE
Estrela Azul
Pça. Porto Ferreira, 48A. Vila Guilhermina

SUL
Barateiro
R. Domingos de Morais, 316. Vila Mariana

OESTE
Castanha
Pça. Sta. Edwiges, 29. Vila Remédios

Dos 31 produtos pesquisados, na variação semanal, 15 apresentaram altas, 13 diminuíram de preço e 3 permaneceram estáveis. Os produtos que mais pressionaram a alta no período, considerando os respectivos pesos na cesta, foram nesta ordem: carne de primeira (Kg): 0,22%, batata (Kg): 0,21%, Arroz – tipo 2 (pac. 5 Kg): 0,12%, leite em pó integral (emb. 400-500 g): 0,08%, creme dental (tubo 90 g): 0,08%.

O mercado da cebola opera firme e com cotações majoradas em relação aos meses anteriores. O comportamento do mercado nacional continua refletindo o menor volume de colheita das safras de São Paulo e do Nordeste, comprometidas pela forte estiagem dos últimos meses.

A elevação dos valores de venda em todos os segmentos e nas principais centrais de abastecimento do País, devido à redução dos níveis de movimentação diária do produto, gera um quadro de comercialização atípico para este período, normalmente de grande oferta e preços em declínio.

A batata apresentou variação positiva de 7,48%, o que deve estar relacionado com as oscilações de preços dos pontos de venda, não justificando-se pelo comportamento do mercado de batata, uma vez que este não modificou-se em relação ao quadro da semana passada, que apresentou certa estabilidade e aumento dos níveis de movimentação.

O preço da arroba do boi gordo subiu no dia 19 para R$ 44,00, no interior de São Paulo, após permanecer mais de um mês estável em R$ 43,00. Além da menor oferta de gado, principalmente da região Centro-Oeste, os frigoríficos, que já vinham abatendo menos, voltaram ao mercado.

Na segunda-feira, dia 17 ocorreu alta do traseiro, devido ao mercado mais enxuto, uma vez que os frigoríficos estão mais estimulados a exportar, em decorrência dos atuais níveis do dólar, elevando assim, a demanda por cortes de traseiro.

Os frigoríficos têm conseguido aprovação de financiamentos do BNDES para incrementar as exportações de carnes e derivados. Neste momento em que os rebanhos de vários países enfrentam problemas sanitários ou estão em retração, como os EUA, o Brasil tem um espaço maior no mercado internacional, já que possui um dos maiores rebanhos comerciais do mundo, alimentados a pasto.

O mercado gaúcho de arroz foi marcado por uma alta de 16,5% dos preços, durante a semana passada. Diferente da situação mato-grossense, em que há escassez do produto, a alta de preço no Rio Grande do Sul decorre de uma
estratégia dos produtores de segurar o produto, provocando escassez artificial, para que os preços subam mais.

Os arrozeiros alegam que, apesar do aumento dos preços, a margem continua apertada, já que os insumos, como herbicidas, inseticidas e adubo, têm seus preços fixados com base no dólar.

Os empresários do setor arrozeiro não apostam nas exportações como saída, dado que os estoques no país não são grandes e os preços do produto
brasileiro só estão competitivos devido à forte valorização do dólar. Acrescentando-se ainda, a dificuldade atual de comercialização devido os ataques aos EUA no último dia 11/09.

As variações positivas nesta semana, do leite e derivados, como o queijo muzzarela, está relacionada com a crise nacional de excesso de produção em plena entressafra, que não está sendo negociada, na medida em que os
produtores não concordam com os baixos preços, demonstrando isto inclusive, através de protestos como a distribuição gratuita de cem litros de leite à população, em Porto Alegre. Os produtores vêm formalizando pedidos de abertura de CPIs, aos órgãos competentes, para investigar a cadeia produtiva, tanto no Rio Grande do Sul como em Minas Gerais.