Cerca de 490 policiais foram demitidos a bem do serviço público este ano

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sáb, 15/12/2001 - 15h38 | Do Portal do Governo

Após a cerimônia de formatura dos novos aspirantes neste sábado, dia 15, na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, o governador Geraldo Alckmin fez um rápido balanço sobre índices de Segurança Pública em São Paulo.

Ele afirmou que o número de seqüestros no Estado, que registrou aumento no mês de outubro, diminuiu em novembro e continua caindo em dezembro. ‘Foram instaladas delegacias anti-seqüestro na Capital, em Campinas, São José dos Campos e Santos e hoje temos 170 seqüestradores presos, 16 deles em penitenciárias de segurança máxima. Outros sete foram mortos em embates com a polícia e mais de 70 cativeiros foram estourados’, destacou. De acordo com o governador, a continuação do trabalho sério e firme que vem sendo realizado pela polícia e a prisão de quadrilhas deve reduzir ainda mais as ocorrências desse tipo de crime.

Os índices de estupro, latrocínio, roubo e furto de veículos apresentaram queda e os de homicídio param de crescer. Segundo Alckmin, esse tipo de ocorrência vinha apresentando crescimento de 6% ao ano desde 1993. ‘Ainda está num nível alto, mas a polícia está trabalhando. O número de presos em São Paulo está chegando a 100 mil’, afirmou.

Além das ações para reduzir os índices de criminalidade no Estado, o Governo paulista vem trabalhando para retirar os maus policiais da corporação. Este ano, cerca de 490 profissionais, entre policiais civis, militares, da administração penitenciária e os que são barrados no estágio probatório, ou seja, antes de completar dois anos na função, formam demitidos a bem do serviço público.

O mesmo número de demissões de toda a administração anterior, de 1991 a 1994. De acordo com Alckmin, são demitidos a bem do serviço público cerca de 30 policiais por mês. Até o fim deste ano, esse número deve chegar a 500. A polícia apura, faz a sindicância, o processo administrativo, demite e encaminha para o Ministério Público, responsável pelo processo civil ou criminal. ‘Não tem um dia que eu não demita um policial a bem do serviço público. Estou cumprindo o meu dever porque lugar de bandido não é na polícia. É na cadeia e é isso que estamos fazendo’, destacou.

Dos 800 mil funcionários públicos de São Paulo, os 123 mil policiais e quase 20 mil funcionários da administração penitenciária respondem por 80% desse tipo de afastamento. Para o governador, isso acontece porque os policiais estão mais perto do crime e são mais provocados pela corrupção. ‘Esse problema existe no mundo todo. O número de policiais envolvidos com corrupção é maior, mas a depuração é permanente’, disse.
Alckmin ressaltou que uma boa maneira de depurar a polícia é denunciar. Todas as informações recebidas pelo disque-denúncia 0800-156315, com ligação gratuita, são investigadas. ‘O disque-denúncia serve para denunciar não só o bandido mas também o mau policial. Ele vai ser investigado e quando apurado, é tirado da polícia’, enfatizou. ‘Precisamos ter cuidado em não generalizar.

A polícia tem 123 mil policiais, mais a administração penitenciária, totaliza 142 mil pessoas trabalhando na Segurança Pública, procurando se esforçar, correndo risco de vida, se empenhando, se esforçando’, afirmou. ‘Então, toda generalização é injusta. Em toda a atividade humana você tem sempre alguém que, infelizmente, não cumpre o seu dever. Age de maneira errada. E uma instituição séria retira esses maus elementos e encaminha para a Justiça’.

Cíntia Cury

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