Na Capital, entre as delegacias que oferecem serviços de apoio psicológico e gratuito, o destaque fica para a 1ª DDM – Delegacia de Defesa da Mulher, a única no Estado que mantém um plantão policial 24 horas. Na delegacia, cerca de 10 psicólogas voluntárias trabalham no atendimento à população.
Em 2004 foi inaugurado na unidade um espaço terapêutico para os filhos das vítimas de violência doméstica ou sexual, chamado de brinquedoteca. A delegacia, que desde 2001 atende mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, lançou em 2002 um projeto-piloto inovador: o Centro de Terapia do Agressor (CTA). Iniciado em agosto de 2002, o CTA já atendeu 250 homens, de todas as classes sociais.
Segundo a delegada Maria Tereza Gonçalves Rosa, titular da 1ª DDM, a idéia para o projeto partiu da reflexão sobre as possíveis causas da violência contra a mulher: “Percebemos que o agressor também precisava ser tratado ao analisar o histórico de alguns casos. Muitos homens que cometem violência sofreram abusos na infância”.
O CTA é acionado quando a DDM intima os homens acusados por suas esposas ou namoradas a comparecer na delegacia. A terapia não é obrigatória. “Porque primeiro o homem precisa ter a vontade de procurar ajuda. E temos tido respostas boas”, disse Maria Tereza. Por meio de terapias individuais ou em grupo, psicólogas ajudam os agressores a buscar os motivos que os levam a cometer violência contra suas próprias mulheres.
“Um dos nossos agressores, inclusive, se recuperou a ponto de voltar na delegacia e se oferecer como voluntário para trabalhar com outros agressores. Ele descobriu na terapia, que tinha sido rejeitado pela sua mãe desde a concepção”, conta a delegada da 1ª DDM.
Lilian Santos
(AM)
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