Carceragem da Delegacia de Pinheiros é desativada

Com espaço para 30 detentos, 14º Distrito Policial chegou a ter quase 200 presos

seg, 27/09/2004 - 13h31 | Do Portal do Governo


Mais um Distrito Policial (DP) da Capital teve a carceragem desativada. Nesta segunda-feira, dia 27, o governador Geraldo Alckmin derrubou as grades das celas do 14º DP, em Pinheiros, na Zona Oeste. Esta foi 40ª carceragem em Distrito Policial a ter as grades derrubadas em São Paulo.

Alckmin explicou que São Paulo conta com 93 Distritos Policiais, 40 já tiveram as carceragens desativadas. Outros 15, um em cada seccional, manterão celas para casos de emergência e 38 terão as carceragens desativadas. A meta é zerar o número de presos em distritos ou cadeias na Capital, até maio do próximo ano. “Com isso, a Polícia Civil poderá fazer seu trabalho de polícia investigativa e judiciária. É um grande salto de qualidade”, afirmou.

Para que isso seja possível, o Governo do Estado vai acrescentar cerca de 13 mil novas vagas ao sistema prisional, até maio de 2005. Estão sendo construídas seis penitenciárias no Interior, três Centros de Ressocialização, cinco Centros de Detenção Provisória (CDP) e uma ala de Progressão Penitenciária.

O governador lembrou que, em 1995, São Paulo contava com 23 mil vagas penitenciárias. Atualmente, são 51 mil e, até meados do ano que vem, mais 13 mil vagas.

Alckmin destacou que as carceragens de distritos e cadeias ainda não foram desativadas porque o Estado conta atualmente com 131 mil presos. “A população carcerária aumenta quase uma penitenciária a cada 20 dias”, disse.

O governador informou ainda que na área da Polícia Militar, o Estado criou dez novos batalhões, sendo três em São Paulo, três na Região Metropolitana, três na região de Campinas e um rodoviário. “Também estamos fazendo uma avaliação técnica de redistribuição dos policiais militares”, afirmou.

14º DP abrigou presos na carceragem por 29 anos

O DP de Pinheiros funcionava como penitenciária, abrigando detentos em suas celas, desde 1975. Nesses 29 anos, a carceragem que tinha espaço para receber até 30 pessoas chegou a manter quase 200 presos.

Totalmente remodelado, o distrito hoje obedece aos critérios do novo modelo, o de Delegacia Participativa, e conta com entradas diferenciadas para criminosos e população e sala de reconhecimento onde o suspeito não consegue identificar a vítima.

Na opinião do presidente do Conselho de Segurança (Conseg), Aristides de Aquino Medeiros, a desativação da carceragem do 14º DP traz paz e tranqüilidade para todo o bairro. “Agora, a população circunvizinha à delegacia sente-se segura”, enfatizou.

O secretário-adjunto da Segurança Pública, Marcelo Martins de Oliveira, agradeceu o empenho e a compreensão da comunidade, que esteve presente durante todo o processo de desativação da carceragem, por intermédio do Conseg.

Alckmin informou que o local que abrigava a carceragem vai virar um bulevar, com jardim, anfiteatro e sala para reuniões do Conseg.

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Cíntia Cury