Cães reforçam o policiamento nas penitenciárias do Estado

Alckmin assinou decreto para ampliar esta experiência bem-sucedida em algumas penitenciárias paulistas

sáb, 13/03/2004 - 13h09 | Do Portal do Governo

Alckmin assinou decreto nesta sexta-feira, dia 12, para ampliar esta experiência bem-sucedida em algumas penitenciárias paulistas

Os agentes penitenciários do Estado de São Paulo contam com um forte aliado na tarefa de vigiar presídios: os cães. Além de portas reforçadas, cadeados, dispositivos eletrônicos de filmagem, grades e muros, as penitenciárias do Estado são guardadas por um “efetivo” de 245 cães, a maioria da raça Rottweiller. A experiência está sendo bem-sucedida em alguns presídios estaduais e, por isso, o governador Geraldo Alckmin assinou decreto na última sexta-feira, dia 12, oficializando a utilização destes animais, com o objetivo de ampliar o projeto.

Alckmin lembrou que São Paulo já tem as penitenciárias mais seguras do Brasil, mas ressaltou que o Governo continua permanentemente preocupado com o aperfeiçoamento do pessoal, das técnicas e dos equipamentos para evitar fugas. “Nossos índices já são comparáveis aos de países do Primeiro Mundo, mas estamos aprimorando as frentes de atuação. Este decreto oficializa experiências que demonstraram excelentes resultados”, analisou.

A eminente redução do número de fugas no sistema penitenciário, verificada no ano de 2003 em comparação a 2002, foi resultado da atuação dos agentes de escolta e vigilância penitenciária (Guardas de Muralha) e também das novas propostas de vigilância. Dentre essas novidades, destaca-se a utilização de cães. Números divulgados pela Secretaria da Administração Penitenciária mostram que as fugas caíram de 332 para 130, no período citado.

Os Guardas de Muralha, que conduzem os cães em ações preventivas nas unidades prisionais, são treinados pelo comando da Polícia Militar, por intermédio do seu Canil Central. Os animais são utilizados na vigilância interna e, principalmente, externa das penitenciárias. Eventualmente, os cães também ficam soltos nas áreas de segurança, onde o acesso de pessoas não é permitido.

Eficácia

A Penitenciária do município de Itirapina, que funciona em regime fechado e semi-aberto, é um bom exemplo da eficácia produzida pela utilização dos cães. Com 1.390 presos no modelo fechado e 141 no semi-aberto, a unidade conta com o maior número de cães (12) no Estado e não registrou nenhum caso de fuga ou rebelião no último ano. No passado, a penitenciária registrou fugas, rebeliões e mortes de detentos.

O diretor do presídio, José Reinaldo da Silva, informou que os cães começaram a ser utilizados há aproximadamente um ano e vêm ajudando a coibir a violência no presídio. “Ocorreram quatro situações em que grupos de presos não quiseram sair das celas e ficaram amotinados. Os agentes foram até as celas com os cães e apenas com a pressão psicológica conseguiram inibir a rebelião”, relatou, acrescentando que em nenhum momento os cães chegaram a atacar.

A ação dos cães é realizada em duas frentes. A primeira, refere-se à proteção externa da unidade prisional. Silva explicou que em Itirapina os cães atuam em uma linha externa montada depois da muralha para evitar fugas e observar as movimentações. “Nesta área há plantações de milho e cana, onde pessoas podem ficar escondidas. Os cães ficam observando e dão o alarme se algo ocorrer, pois conseguem captar movimentos e cheiros que o ser humano não detecta”, disse. A segunda frente de atuação dos cães é nas blitz periódicas realizadas no pátio da unidade. “Também já estamos treinando os cachorros para procurar drogas e explosivos com a utilização do olfato”, anunciou.

Os 245 cães que atualmente ajudam no policiamento estão espalhados pelas diversas coordenadorias da Secretaria da Administração Penitenciária, sendo 76 na coordenadoria da Capital e Grande São Paulo; 31 na Região Central; 30 na Região Noroeste do Estado; 53 na Região Oeste; e 55 na Região do Vale e Litoral.

Rogério Vaquero