A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM -, da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, selecionou nesta quarta-feira dia 19, o fornecedor dos elevadores de esteira para cadeiras de rodas que serão instaladas em nove de suas estações. A empresa é a canadense Garaventa, a única que apresentou proposta no processo de licitação aberto no final de agosto pela CPTM.
Cada elevador custará R$ 16.060, preço abaixo dos praticados pelo mercado. Os elevadores de esteira devem ser implantados nas estações até o final do ano. Entre os meses de março e junho, o equipamento foi testado em 20 estações, e aprovado por 92,5% dos 150 usuários especiais consultados.
A compra desses equipamentos faz parte do esforço da CPTM de adaptar melhor as estações da rede metropolitana de trens – muitas deles construídas há décadas – à condição dos deficientes.
Hoje, 16 estações possuem elevadores convencionais para deficientes. São em geral as de construção mais recente, cuja arquitetura admitiu esta implantação. É o caso das estações da Linha C – Sul (Osasco-Jurubatuba), que ficam ao longo da Marginal Pinheiros, e as da Linha E – Leste Tronco (Brás-Mogi das Cruzes) correspondentes ao Expresso Leste. Mais três elevadores especiais para deficientes estão sendo implantados na Estação Barra Funda.
As nove estações que receberão os elevadores de esteira serão as primeiras de um extenso programa. Elas já foram escolhidas pela Comissão de Acessibilidade da CPTM: Mauá, Santo André e Francisco Morato (linhas A e D), Osasco, Carapicuíba e Itapevi (linhas B e C) e São Miguel, Itaim e Poá (linhas E e F).
Todas apresentam alta demanda de deficientes. Na Estação Mauá, passam por dia 150 deficientes, para um público diário de 35 mil passageiros. Na Estação Itapevi, 120 deficientes, para uma demanda de 22 mil passageiros/dia.
No mercado desde o começo dos anos 80, o elevador de esteira é uma opção prática e barata às rampas móveis e aos elevadores convencionais para deficientes. Acoplado nas escadarias das estações, é movido à bateria recarregável, que alimenta um motor de corrente contínua de 12 volts.
As suas principais vantagens são o pequeno espaço que ocupa, de apenas 80 cm, a facilidade de instalação e a manutenção simples. O equipamento já vem com a cadeira de rodas, embora nele possa ser acoplada a cadeira do próprio usuário, se ela tiver as medidas universais.
O esforço da CPTM para facilitar a acessibilidade dos deficientes tem se dado também no atendimento. Mais 150 profissionais estão recebendo treinamento especial para atuarem junto dos portadores de deficiência nas estações, o que aumentará para 270 o número de funcionários que prestam este atendimento. O reforço da equipe permitirá o acompanhamento dos deficientes visuais no embarque e no desembarque.
A CPTM também tem planos de eliminar um dos maiores obstáculos oferecidos aos deficientes (e também aos idosos e crianças), que é o excessivo tamanho do vão entre o trem e a plataforma, normal em ferrovias construídas para composições de carga, que são mais largas. A CPTM herdou o problema, mas, para minimizá-lo, já planejou colocar estribos nas portas de todos os trens.
