Banco do Povo Paulista bate recorde de empréstimos em setembro

Sistema de crédito popular do Governo Estadual realizou 2,7 mil contratos no valor de R$ 7,4 milhões

ter, 07/10/2003 - 14h53 | Do Portal do Governo

O Banco do Povo Paulista atingiu em setembro a marca recorde de R$ 7,4 milhões de empréstimos efetuados e 2,7 mil contratos assinados. Desde que foi criado em 1998, o programa de crédito popular do Governo do Estado de São Paulo já realizou mais de R$ 132 milhões em financiamentos e firmou 52,8 mil contratos. Atualmente são 300 unidades instaladas no Interior, na Grande São Paulo e no Litoral.

Dirigido ao mercado informal e às cooperativas, um dos grandes méritos do Banco do Povo Paulista é poder ajudar as pessoas que trabalham por conta própria, concedendo empréstimo sem a obrigatoriedade de fazer o desconto por meio do holerite e sem a necessidade de comprovação de renda.

“É isto o que diferencia nosso programa dos que estão sendo lançados”, assinala o diretor executivo do Banco do Povo Paulista Guaracy Fontes Monteiro Filho, observando os reflexos das mudanças que o programa produz no comportamento de quem consegue obter o empréstimo. “Melhora a auto-estima, proporciona novos horizontes ao pequeno comerciante, que vai conseguindo ampliar seu negócio”, afirma Monteiro.

Costureira, mecânico, borracheiro, funileiro, vendedor de cachorro-quente, de roupa, doceira, cabeleireira, barbeiro, dono de bar, este é o perfil do tomador de empréstimo do Banco do Povo, sendo que 51% é formado por mulheres, o que demonstra sua participação na composição da renda familiar.

De acordo com o diretor executivo, 69% dos empréstimos do Banco do Povo são destinados à compra de máquinas e equipamentos; 20% para capital de giro, e 11% é misto, voltado às duas finalidades.

Para obter o empréstimo, o interessado não pode ter um ganho bruto maior que R$ 87,3 mil no decorrer de um ano, o que daria uma estimativa de R$ 7 mil/mês. “O objetivo é atender quem tenha um ganho inferior, pois é justamente este comerciante que tem dificuldade em conseguir empréstimo num banco tradicional”, esclarece Monteiro.

A cada contrato firmado, novos empregos ‘informais’ são gerados. “Nestes cinco anos, mais de 26 mil empregos foram criados pelo Banco do Povo. Há cada contrato são gerados meio emprego. Uma costureira, por exemplo, sempre vai precisar de pessoas para vender suas lingeries”.

Dados do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo) indicam que num primeiro ano de atividade, 70%das micro e pequenas empresas fecham e somente 30% sobrevivem.

A taxa de juros cobrada pelo Banco do Povo, de 1% ao mês, garante a sobrevida deste setor que utiliza o dinheiro emprestado para diversos fins: manter seu capital de giro, compra de material e maquinário. Monteiro explica que 49% dos que pegam empréstimo retornam ao Banco do Povo. “Se ele já pagou 30% do seu financiamento e estiver em dia, pode fazer um novo empréstimo, renegociando suas prestações”.

Bons pagadores, os clientes do Banco do Povo fazem em média empréstimo no valor de R$ 2 mil. “O pequeno comerciante tem medo de pegar um valor mais alto e não conseguir pagar. Manter seu nome limpo e honrar seu compromisso é muito importante para ele. Por isso, a taxa de inadimplência dos contratos é de 2% ”, ressalta Monteiro.

Outro fator que contribui para o pagamento em dia é que, ao fazer o empréstimo, o interessado precisa apresentar um avalista, que também vai assinar a documentação. “Não é preciso penhorar nada. É um termo de compromisso que declara que se o comerciante não pagar o financiamento, o nome dos dois ficará comprometido”, declara.

Passo-a-passo

Para conseguir um empréstimo no Banco do Povo, o cliente precisa estar com seu negócio em atividade há pelo menos seis meses. Não pode ter restrição ao crédito (é preciso ter o nome limpo na praça).

Tem de residir há dois anos no município onde desenvolve seu negócio, uma vez que o Banco do Povo está implantado no Interior, na Grande São Paulo e no Litoral. “Com isso, ajudamos a fixar o morador em sua cidade, estimulando o comércio e a economia local”, afirma Monteiro. O Governo do Estado entra com 90% do recurso e a prefeitura com 10%.

O financiamento para comprar maquinário pode ser pago em até 18 vezes e para capital de giro em seis, ambos com taxa de 1% ao mês e sem correção monetária. O valor varia de R$ 200,00 a R$ 5 mil para o mercado formal ou informal e até R$ 25 mil para cooperativas. Na compra de maquinário o cheque sai nominal e para capital de giro, no caso de sacoleiras e donos de bar, o valor é dado em dinheiro.

Há quatro meses, o Governo do Estado abriu uma linha de crédito de R$ 200,00 a R$ 600,00 destinada a quem fez curso de qualificação profissional, o que ajudará o comerciante a adquirir novos produtos para seus negócios, como secador ou cadeira para salão-de-beleza e macaco-jacaré para uma oficina mecânica, por exemplo. O governador Geraldo Alckmin autorizou a instalação de mais 15 unidades do Banco do Povo até o final do ano.

Valéria Cintra