Assinado protocolo para implantação do Projeto de Ônibus movido a célula de hidrogênio

Desenvolvimento de transporte coletivo com emissão zero de poluentes colocará o Brasil em posição de destaque na área da Ciência e Tecnologia

qui, 01/11/2001 - 16h27 | Do Portal do Governo

Nos últimos anos, pesquisadores e consultores brasileiros e estrangeiros vêm buscando desenvolver um combustível, não poluente, que substitua os derivados de petróleo. Agora, um estudo inovador sai do papel e seu sucesso despontará o Brasil na área da Ciência e Tecnologia.

É o Projeto Ônibus Com Célula a Combustível Hidrogênio, que tem como objetivo desenvolver meios de transporte coletivo com emissão zero de poluentes.

O protocolo para viabilizar a segunda fase do projeto, que inclui a compra de oito ônibus com célula de hidrogênio, foi assinado nesta quinta-feira, dia 1º, pelo secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. A cerimônia contou com a presença do governador Geraldo Alckmin.

A pesquisa está sendo desenvolvida pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) e pelo Ministério das Minas e Energia e abrange ainda a estação de produção de hidrogênio e o abastecimento dos ônibus, além do acompanhamento e verificação do desempenho desses veículos.

Alckmin aprovou a idéia e agradeceu ao Ministério das Minas e Energia por iniciar o projeto em São Paulo. “Estamos na cidade mais motorizada do mundo, onde a questão da poluição é grave. Este projeto de combustível à base de hidrogênio será muito bom, porque não é poluente e vai ajudar na qualidade de vida da população”.

Será feita uma licitação internacional para a compra do primeiro ônibus e do eletrolizador, que é o equipamento que produz hidrogênio a partir da eletrólise da água. A entrega do veículo está prevista para o final de 2002. O projeto total custará cerca de US$ 16 milhões.

O secretário dos Transportes Metropolitanos afirmou que o Brasil é o único na América Latina a desenvolver este projeto. O conhecimento e o desenvolvimento da nova tecnologia colocarão o País numa posição de destaque devido ao seu grande mercado potencial. Muito embora o programa já esteja em desenvolvimento em Vancouver, no Canadá, em Chicago, nos Estados Unidos, e em alguns países da Europa, no Brasil ele é inovador porque aqui os ônibus percorrerão um milhão de quilômetros, ao passo que nos outros lugares os veículos percorrem apenas 100 mil km. ‘O Brasil tem a maior frota de ônibus do mundo.
São 120 mil veículos e a produção é de 19 mil por ano”, informou Fernandes. Outro detalhe que favoreceu o lançamento em São Paulo é que, só na Região Metropolitana do município, 77% do transporte é feito por ônibus. “A intenção é diminuir a emissão de dióxido de carbono que é um grande vilão do efeito estufa”, disse o secretário. O projeto também reforçará a economia brasileira. “Temos muita tecnologia. A idéia é de no futuro exportar este programa”, explica o superintendente de desenvolvimento da EMTU, Márcio Schettino.

Valéria Cintra