Arte: Exposição no Museu Florestal retrata antigas estações do trem da Cantareira

Mostra permanece em cartaz até 1º de junho

sex, 17/05/2002 - 12h11 | Do Portal do Governo

As telas da artista plástica Herminda Tavela Abrantes estão expostas no Museu Florestal Octávio Vecchi, no Parque Estadual Alberto Löefgren (Horto Florestal), e mostram as antigas estações do ‘Trenzinho da Cantareira’, como era conhecida a Tramway que fazia o percurso Tamanduateí-Cantareira-Guarulhos de 1894 a 1965, quando foi desativado.

Aberta no dia 11 de maio, a exposição ‘Voltando a História pelos Trilhos’ se estende até 1º de junho, com entrada franca. O museu se localiza na Rua do Horto, 931, na Zona Norte da Capital. Maiores informações pelo telefone (0xx11) 6231-8555, ramal 263.

Com as suas pinturas, Herminda Tavela Abrantes ajuda a recuperar as memórias da São Paulo antiga, em que o transporte ferroviário foi fundamental para o desenvolvimento da agricultura e na formação dos bairros, possibilitando o transporte de materiais de construção civil, que antes eram levados em carroças para os pontos mais distantes da cidade.

A estação inicial do trem, segundo a artista, localizava-se junto ao Mercado Municipal de São Paulo, passando depois pela Rua João Teodoro, ao lado do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde a própria Herminda estudou. Desse ponto seguia até a Estação Areial, na Avenida Cruzeiro do Sul, onde hoje se localiza a Estação Carandiru, do Metrô. Daí, uma das linhas levava até a Cantareira e outra seguia para Guarulhos.

No antigo Horto Florestal, hoje Parque Estadual Alberto Löefgren, onde fica a sede do Instituto Florestal, funcionou uma estação para o transporte de mudas de árvores para o interior do Estado.

O ‘trenzinho’, assim chamado por causa de sua bitola estreita, de apenas 60 cm, constituía o ponto de encontro da população, e ajudou a promover muitos namoros e casamentos. A própria artista, diz, conheceu o marido Ismael nesse trem. Embora lento, sempre lotado, soltando muita fumaça e fagulhas que queimavam as roupas do passageiros, o ‘trenzinho da Cantareira’ era pontual, saindo sempre nos horários programados.