Um pouco da saga do Timor Leste em busca da liberdade pode ser vista, a partir desta segunda-feira, dia 4, na Estação Sé do Metrô de São Paulo. Está sendo aberta a exposição “Timor, das Cinzas à Liberdade”, com 80 painéis (0,80 x 1,40 m) da jornalista Rosely Forganes, que retratam histórias dramáticas e comoventes de um povo que, como o mito da fênix, ressurgiu das cinzas, depois da destruição total do país.
Rosely Forganes foi a única jornalista brasileira que entrou no país durante a guerra separatista, em 1999. Ela produziu uma série de reportagens de rádio intitulada “Vozes do Timor”, que lhe valeu o Prêmio Wladimir Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos de 2001.
Esteve no Timor Leste quatro vezes desde 1999. Foi a única fotógrafa brasileira a registrar a guerra, a intervenção militar internacional de setembro/outubro de 1999, permanecendo no Timor totalmente destruído durante quase um mês. A repórter voltou a cada ano para acompanhar e registrar o processo de reconstrução do país, sempre por períodos de um a dois meses.
Em 2001 foi a única jornalista de toda a América Latina a cobrir as primeiras eleições livres da história do Timor, a posse e o início dos trabalhos da Assembléia Constituinte e o estabelecimento do primeiro governo exclusivamente timorense. Em abril de 2002, voltou ao Timor para cobrir a primeira eleição para presidente, que elegeu Xanana Gusmão.
Nessas quatro viagens, fotografou os mesmos lugares, do mesmo ângulo, com resultados surpreendentes. Mais do que a reconstrução das casas e dos prédios, as fotos tentam captar algo mais sutil, o nascimento de uma nação, de uma identidade nacional, o processo que levou à criação da mais jovem democracia do mundo. Hoje o Timor está admitido como a 191ª nação da ONU e lá estão muitos brasileiros ajudando a construir o país.
Exposição “Timor, das Cinzas à Liberdade”
Data: De 4 a 30 de novembro de 2002
Horário: Diariamente das 6 horas à meia-noite
Local: Estação Sé do Metrô de São Paulo
Saiba mais sobre o Timor Leste
Timor Leste em números:
Presidente: Xanana Gusmão
Capital: Dili
Loalização: sudeste da Ásia
Geografia: área: 14.609 km².
Clima: equatorial.
População: 750 mil habitantes (2001)
Nacionalidade: timorense (ou maubere).
Densidade: 51,3 hab./km² (2001).
Idioma: português, tetum.
Religião: cristianismo 86% (católicos 100%), islamismo e crenças tradicionais 14% (1997).
População. urbana: 7,5% (2000). Fecundidade: 3,85 filhos por mulher. Expectativa de vida: M/F: 49,2/50,9 anos. Mortalidade infantil: 121
Analfabetismo: 40%.M
Moeda: dólar americano.
PIB: US$ 228 milhões (1999).
História
Os navegadores portugueses chegaram ao Timor Leste no século 16, mas só no fim do século 19 a sua presença tornou-se mais efetiva. A revolução de abril de 1974 que depôs o regime ditatorial em Portugal deu início aos primeiros movimentos para libertação da colônia. Mas no ano seguinte, com apoio dos EUA e Austrália, a Indonésia invadiu e anexou o território.
A ONU jamais reconheceu a anexação e começou, então, uma luta de guerrilha, extremamente sangrenta, pela libertação. Em 2001, finalmente, os timorenses conseguiram eleger seu presidente, escolhendo o ex-guerrilheiro Xanana Gusmão. Mas o território ainda é administrado pela ONU.
Fonte: www.cplp.org
