Arte: CPTM abre mostra de xilogravuras e fotos da cidade de São Paulo

Trabalhos que retratam a relação da ferrovia com os 450 anos de SP ficam expostos até o dia 13 na Estação Brás

sáb, 31/01/2004 - 14h36 | Do Portal do Governo

Até o dia 13 de fevereiro, o público poderá apreciar na Estação Brás da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) duas exposições: 21 xilogravuras das capas do 20º Concurso Paulista de Literatura de Cordel, da artista plástica Nireuda Longobardi; e São Paulo 450 Anos: O Olhar de Quem Vê, do fotógrafo José Roberto Rezende. As mostras estão no mezanino de acesso às plataformas da Linha F (Brás Calmon Viana).

Xilogravuras são ilustrações populares obtidas por gravuras talhadas em madeira, muito difundidas no Nordeste e sempre associadas à literatura de cordel. A técnica foi utilizada especialmente para ilustrar as capas da publicação dos cordéis vencedores do 20º Concurso Paulista de Literatura de Cordel, promovido pela CPTM e Metrô, no ano passado.

Nireuda disse que para produzir as capas se inspirou nos textos dos melhores cordelistas do concurso. Os trabalhos retratam a relação da ferrovia com os 450 anos de São Paulo, os contrastes da cidade em razão da presença dos imigrantes nordestinos e estrangeiros. Afirma ter ficado surpresa com a diversidade de histórias a respeito da capital abordadas nos cordéis, em especial, sobre o Brás.

Passado e presente

A artista conta que, um dos vencedores, descendente de japoneses, relatava a história “um pouco confusa”: “Contatei a pessoa. Ela me disse que, na época em que seu avô veio ao Brasil, os homens eram obrigados a usar terno, gravata e chapéu”. Nireuda desenhou a cena numa das capas da xilogravura, ao lado de um menino esperando o trem – representação do passado e presente.

Em outro trabalho, rapaz escreve que morava no nordeste, mas decide abandonar a família para viver em São Paulo. Chega na paulicéia e consegue emprego. A artista ilustra o momento em que ele conta as novidades aos pais por meio de carta.

Cantos e encantos da metrópole

“São Paulo é uma cidade de muitos contrastes. Já fiquei desiludido achando que seus problemas eram insolúveis, mas, hoje, fico feliz ao vê-la renascer.” Assim, o fotógrafo José Roberto Kerr define a cidade, onde mora há 30 anos.
As 40 fotos em exposição mostram o “amor” de Kerr pela capital e o “prazer” em fotografá-la. Ressalta a importância das parcerias entre os governos estadual, federal e municipal e a sociedade civil para devolver o “charme e a beleza de uma cidade cosmopolita”.

As imagens captadas traduzem a visão otimista do fotógrafo quanto ao desenvolvimento da cidade, que se traduzem na recuperação de prédios antigos como o Edifício Martinelli, na valorização do centro velho, do Campos Elíseos, do Largo Santa Efigênia, do Anhangabaú e da Estação Brás.
“São Paulo tem cantos, encantos, recantos e desencantos. Muita gente mostra o lado degradado da metrópole, vamos ser otimistas e vê-la com outros olhos”, defende o profissional.

Viviane Gomes, da Agência Imprensa Oficial

(LRK)