A cidade de Rio Claro, na região central do Estado, poderá ter um patrimônio cultural bastante singular: o traçado urbano, que agora é estudado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) para fins de tombamento.
Todo o arruamento da cidade, desde seu núcleo original – obra do senador Nicolau de Campos Vergueiro – está preservado até hoje e guarda importantes valores urbanísticos. A delimitação da área em estudo engloba trechos das Ruas 4, 7 e 8 e das Avenidas 4, 5 e 7.
A cidade, fundada em 1827 e hoje com cerca de 170 mil habitantes – alcançou grande desenvolvimento no período do café. Teve participação importante em questões ideológicas, como as campanhas abolicionista e republicana, e foi das primeiras cidades a incentivar a liberdade religiosa, com a introdução do protestantismo. Destacou-se sempre pela qualidade dos serviços e pela modernização das práticas agrícolas e soluções planejadas para ocupação do espaço urbano.
Nesse aspecto, o arruamento recebeu especial atenção, com o desenvolvimento de um plano urbanístico, nos anos de 1830, elaborado por um grupo de fazendeiros organizado na “Sociedade do Bem Comum”. O plano urbanístico definiu para o centro (núcleo original) um traçado octogonal que se manteve como modelo das expansões ocorridas nos 30 anos posteriores.
O projeto conferiu à cidade características de núcleo avançado e moderno, mantendo em harmonia as atividades ferroviárias, a paisagem e as edificações que surgiram em volta do centro histórico, resultando num local de alta qualidade urbana. O traçado da cidade fica provisoriamente preservado até a conclusão dos estudos de tombamento.
Da Agência Imprensa Oficial e Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Cultura
(AM)