Uma das atividades programadas pela Universidade de São Paulo (USP) para comemorar o aniversário da cidade, amanhã, será a palestra do professor do Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG) da USP, Augusto José Pereira Filho. Com o tema Água Demais e Água de Menos na Cidade de São Paulo ele discutirá a contradição da existência de enchentes em algumas regiões e falta de água em outros pontos. “Na realidade, chove no lugar errado. Chove mais sobre a cidade do que nos reservatórios”, diz o professor. O evento será amanhã, às 10 horas, no Parque de Ciências e Tecnologia (Cientec) da USP.
O educador indica que o consumo de água é elevado para a capacidade das represas. Para ele, aproximadamente 17 milhões de pessoas vivem na região metropolitana e o consumo na cidade chega a quase 65 metros cúbicos por segundo. “A solução não é fácil. Parte da água das enchentes poderia ser aproveitada, mas como ela circula pelos rios Tietê e Pinheiros, extremamente poluídos, fica difícil realizar o tratamento.”
Contribuição ambiental
O palestrante ressalta que a população tem parcela de culpa na ocorrência de enchentes. Alerta que muitas inundações são causadas pela deficiência na drenagem, gerada pelo lixo. “É muito comum, depois das chuvas, encontrar nos rios pneus, garrafas PET e até carros. A população deveria colaborar tomando mais cuidado. Lixo deve ser colocado no lixo e não na rua. O problema é cultural.” Sugere também a ampliação de áreas verdes, pois elas facilitam a infiltração da água, ajudando a minimizar o impacto das cheias.
Os governos (estadual e municipal) contribuem para a diminuição das cheias. “O Estado está tentando ampliar a calha no Rio Tietê e a prefeitura, aumentar o número de piscinões. Com a cooperação de cada um, continuaremos com as enchentes, mas o impacto será bem menor.”
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Viviane Santos
Da Agência Imprensa Oficial
G.B.