Ambiente: Primeira florado de pau-brasil dá novo colorido à área próxima da Ponte João Dias

Mudas de pau-brasil do Projeto Pomar fazem parte de experimento do Instituto de Botânica

ter, 18/10/2005 - 14h58 | Do Portal do Governo

As margens do Rio Pinheiros, que já receberam centenas de milhares de mudas de várias espécies de plantas, estão ostentando um novo colorido. São as primeiras flores de vários pés de pau-brasil plantados na área da sede do Projeto Pomar, junto à Ponte João Dias. As árvores, com oito anos de idade, foram plantadas há quatro anos em um experimento conduzido pela bióloga Rita de Cássia Ribeiro, do Instituto de Botânica, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.

A pesquisa tem a finalidade de analisar o efeito dos poluentes aéreos no pau-brasil e outras espécies de plantas em condições diversas, em vários pontos da cidade de São Paulo. Para avaliar o desenvolvimento, as mudas foram colocadas em plena sombra, meia sombra e sol pleno, constatando-se que os exemplares de pau-brasil que recebiam maior incidência de raios solares é que apresentaram a primeira florada.

Para os técnicos do Projeto Pomar, o geógrafo Dagoberto Meneghini e o biólogo Alexandre Soares, a florada que os surpreendeu aconteceu, provavelmente, devido ao inverno quente, à irrigação e à adubação. E acrescentam que foi devido, também, “ao extremo cuidado que os funcionários do projeto têm com todas as plantas cultivadas”.

A bióloga Rita de Cássia Ribeiro, que pesquisa a pau-brasil e o seu desenvolvimento no meio urbano, disse que os resultados permitirão analisar se a espécie resiste aos poluentes, se pode ser plantado isoladamente e se mantém seu ciclo natural exposto a essas condições. Com essas informações será possível definir se a planta, que tem o cultivo restrito e necessita de condições climáticas favoráveis, poderá ser utilizada na arborização urbana e em projetos de paisagismo.

O pau-brasil, que se desenvolve cerca de um metro por ano, ocorre naturalmente em áreas de floresta pluvial Atlântica, numa faixa de 3 mil km de costa, desde o Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, onde predomina a floresta primária densa. A espécie está ameaçada de extinção devido à sua exploração abusiva desde o ano de 1500 até meados do século 19.

Dagoberto lembra que ‘a árvore que deu o nome ao Brasil é muito falada e pouco conhecida, pois poucos sabem, por exemplo, que o pau-brasil possui espinhos e pode atingir até 30 metros de altura’.

Por Silvia Borges, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente

C.C.