Ambiente: Educação para a cidadania ambiental

As Escolas Técnicas mantidas pelo Centro Paula Souza e localizadas em áreas de proteção ambiental conciliam formação, produtividade e ecologia

qua, 15/08/2001 - 16h06 | Do Portal do Governo

Árvores nativas, animais silvestres ameaçados de extinção, nascentes, riachos e cachoeiras. Regiões onde o homem desenvolveu uma ocupação que ainda não agrediu o ambiente. Essas características descrevem as propriedades consideradas Áreas de Proteção Ambiental (APAs), como as que são abrigadas pelas Escolas Técnicas Estaduais (ETEs) Benedito Storani (Jundiaí) e Engenheiro Agrônomo Narciso de Medeiros (Iguape), ambas mantidas pelo Centro Paula Souza.

Ao abrigar esses paraísos ecológicos, as escolas enriquecem suas práticas educacionais. No Estado de São Paulo existem dezenove Apas.

Dezesseis são estaduais, sob administração da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, e
três estão sob jurisdição federal.

Ser especialmente reconhecida e valorizada por alunos, professores e pela comunidade é um dos principais benefícios que a escola tem, por pertencer a uma APA. Essa é a avaliação de Lúcia Romitelli, diretora da Ete Benedito Storani.

A diretora conta que antes do processo de divulgação e esclarecimento sobre as características da região, não existia uma cultura de preservação da área, principalmente da represa dentro da propriedade, hoje aproveitada em projetos da escola e utilizada pelos animais silvestres. A ETE Benedito Storani também faz produção de mudas, como forma de auxiliar o reflorestamento natural da mata.

Em uma escola inserida numa APA é possível aplicar propostas pedagógicas baseadas na gestão ambiental. ‘Não há nenhum problema no fato de existir áreas que não podem ser cultivadas. Pelo contrário, fica mais fácil implantar propostas de gestão ambiental pois o aluno está vivenciando o trabalho de preservação’, garante Lúcia.

Iguape

Em Iguape, apenas 6 alqueires, do total de 63 alqueires da propriedade, estão desmatados e ocupados com construções de prédios e com as culturas tradicionais de uma escola agrícola, como pasto e horta. Cerca de 57 alqueires são destinados à proteção da Mata Atlântica.

Por meio de um convênio com a Organização Não Governamental S.O.S. Mata Atlântica, a ETE se comprometeu a entregar 50 mil mudas de árvores nativas, no prazo de 5 anos. ‘Essa meta já foi cumprida e agora estamos trabalhando num processo de enriquecimento da área com mudas de palmito juçara’, afirma Nogueira.

Outra característica de uma APA que a ETE de Iguape segue à risca é a manutenção do estilo de vida tradicional da região. Cerca de 10 mil mudas produzidas no viveiro são doadas para as tribos indígenas. Nogueira conta que essas tribos estavam sofrendo com o desmatamento e a doação evita agressões maiores à cultura dos índios. ‘Hoje, os índios nos ajudam a recolher sementes para o projeto de recuperação da área’, diz Nogueira.