Alckmin vistoria obras da 2ª fase do Projeto Tietê

Objetivo é melhorar a qualidade dos rios e represas da Região Metropolitana de São Paulo

sex, 24/01/2003 - 15h53 | Do Portal do Governo


Recolher o esgoto das residências, transportá-lo até as estações de tratamento e tratá-lo para evitar a poluição dos rios e represas de São Paulo. A 2ª etapa do Projeto Tietê quer tornar este processo real para mais 290 mil casas da Região Metropolitana no prazo de 40 meses.

Cerca de 1,2 milhão de pessoas passarão a ter esgoto coletado com esta nova fase. O governador Geraldo Alckmin também destacou o ganho ambiental que a obra irá proporcionar para 34 dos 39 municípios que compõem a Região Metropolitana.

Alckmin vistoriou nesta sexta-feira, dia 24, a construção do Interceptor de Esgotos Pinheiros 6, que quando estiver concluído terá 18 quilômetros de extensão e 3,5 metros de diâmetro. ‘O interceptor evita que o esgoto coletado seja despejado nos rios Tietê, Pinheiros e afluentes’, explicou.

O objetivo é elevar o nível de oxigênio no Rio Tietê, que hoje está em 0% para 1,5 miligrama por litro. ‘Daí o rio poderá ter vida novamente’, adiantou o governador. O secretário de Energia, Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, Mauro Arce, afirmou que esta obra aliada ao Processo de Flotação – limpeza do rio por meio da inserção de oxigênio – poderá no futuro permitir que o Rio Tietê abrigue peixes. ‘É um sonho que estamos trabalhando para se tornar realidade’, confirmou.

O interceptor Pinheiros 6 será a maior obra da 2ª etapa do Projeto Tietê e terá capacidade para transportar 3 mil litros de esgoto por segundo para a Estação de Tratamento de Barueri. ‘Ele começa em Santo Amaro e chegará próximo ao bairro de Pinheiros. É quase um túnel de metrô’, comparou Alckmin.

Números da 2ª etapa

A nova fase do Projeto Tietê realizará 1,2 mil quilômetros de redes coletoras de esgoto, 290 mil ligações domiciliares, 107 quilômetros de coletores tronco e 33 quilômetros de interceptores. O índice de coleta de esgoto na Região Metropolitana saltará de 78% para 81% e o de tratamento de 63% para 68%. ‘Há dez anos, a Região Metropolitana tinha apenas 20% de esgoto tratado’, recordou Alckmin.

Arce ressaltou que simultaneamente às obras de coleta de esgotos, a Sabesp está trabalhando na ampliação das estações de tratamento. Segundo ele, a Estação de Barueri possui capacidade para 9 mil litros de esgoto por segundo, mas está sendo ampliada para abrigar 13 mil litros. ‘É importante não só coletar, mas tratar. Afastar o esgoto da população e fazer o tratamento adequado. Com isso, obtemos até alguns subprodutos, como a água de reuso, que pode ser utilizada para uma série de atividades industriais’, observou. Água de reuso é um tipo de água que a Sabesp vende por um preço muito mais barato às empresas e que é própria para muitas atividades, como a lavagem de ruas e máquinas, mas não é apta para beber.

O investimento na segunda etapa do Projeto Tietê está sendo de US$ 400 milhões, sendo US$ 200 milhões em financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a outra metade com recursos do Governo do Estado, por meio da Sabesp, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Rogério Vaquero