Alckmin sanciona lei que proíbe mutilação de animais

Profissionais que descumprirem a lei estarão sujeitos a multa no valor R$ 57.450,00.

sex, 10/10/2003 - 14h54 | Do Portal do Governo

Os veterinários paulistas estão proibidos de realizar cirurgia para desligar as cordas vocais (cordotomia) em cães e gatos. Lei nesse sentido foi sancionada pelo governador Geraldo Alckmin nessa sexta-feira, dia 10 de outubro.

De acordo com a lei, os profissionais que descumprirem a lei estarão sujeitos a multa no valor de cinco mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, ou seja, R$ 57.450,00.

A exposição de motivos que acompanha a lei baseia-se no fato da cirurgia ser perigosa ao animal que estará “correndo o risco de sofrer edema de glote (popularmente chamada de inchaço da campainha) e parada cardíaca”, uma vez que a cirurgia exige anestesia geral. Além disso, ressalta que “o animal estará sujeito a problemas psicológicos por não conseguir ouvir sua própria voz após o procedimento”.

A veterinária Margarete Preterote Di Cunto disse ser contra a cordotomia e explica que é por meio do latido ou miado que os animais podem se expressar em relação às suas necessidades, como fome, dor, e até alarme. “A cirurgia é muito invasiva e, muitas vezes, não atinge o objetivo, porque apenas altera o tom da voz fazendo com que o animal fique com latido ou miado mais estridente”. Ela destaca ainda a responsabilidade dos proprietários no comportamento dos cães. “No reino animal existem indivíduos mais irrequietos, que fazem mais barulho. Mas existem também os que foram mal acostumados, mal ensinados e, por isso, latem demais. Acho que está faltando conscientização do ser humano. Quando ele compra o animal bebê esquece que é necessário ministrar um bom aprendizado para que se torne um adulto, no mínimo, obediente e agradável”.

Ercília Della Méa