Alckmin recebe comunidade negra e determina curso de diversidade racial para policiais

Governador manifestou solidariedade à família e disposição em punir os culpados pela morte do dentista Flávio Santana

qua, 03/03/2004 - 21h00 | Do Portal do Governo


O governador Geraldo Alckmin determinou que matérias específicas sobre diversidade racial sejam incluídas nos cursos de preparação dos policiais, após receber nesta quarta-feira, dia 2, no Palácio dos Bandeirantes, membros da comunidade negra, da OAB e familiares do dentista Flávio Santana, morto em ação policial no último dia 3 de fevereiro, na Capital.

‘Existe já nas academias da Polícia Civil e da Polícia Militar cursos de direitos humanos, onde vamos destacar de 40 a 50 horas de aulas sobre a questão diversidade racial’, informou o secretário da Justiça e Defesa da Cidadania, Alexandre de Moraes, que participou da reunião. Também a Casa Civil e a Secretaria de Segurança Pública estarão envolvidas na proposta.

O deputado Sebastião Araujo (PT) considerou que o resultado do encontro foi muito positivo. Ele afirmou que o governador manifestou sua solidariedade à família e à comunidade negra, além sua disposição de que caso seja investigado e que os envolvidos sejam punidos.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB – Hélio Silva Jr., para casos como o de Flávio Santana, não basta a repressão. ‘Os policiais estão presos, a corregedoria agiu prontamente, mas é preciso um investimento sério na formação do policial, para que casos semelhantes não se repitam; daí a importância do compromisso assumido pelo governador.’ Ele afirmou que a OAB coloca-se à disposição do governo paulista para que ações afirmativas para a comunidade negra sejam concretizadas e que possam servir de exemplo para outros Estados brasileiros.

A presidente do Conselho da Comunidade Negra, Elisa Lucas Rodrigues, lembrou que Alckmin assinou em novembro passado um decreto de ações afirmativas em prol dos afro-descendentes em todas as secretarias do Estado com o objetivo de eliminar a discriminação racial. ‘Estamos vivendo um momento extremamente importante a partir deste encontro, que vai estar mudando a vida da comunidade negra’, afirmou.

Para Marilena Ferreira Santana, irmã da vítima, ‘a família sentiu-se confortada pelo governador, que foi muito carinhoso e mostrou-se disposto a nos apoiar até o fim e não vai deixar o crime impune’.