Alckmin recebe Comenda Memória e Alma de Zumbi dos Palmares

Evento foi promovido pelo Conselho de Fundadores da Sociedade Afro-brasileira de Desenvolvimento Sócio Cultural

qua, 14/05/2003 - 21h29 | Do Portal do Governo


Dando seqüência às comemorações dos 115 anos da abolição da escravatura, o Conselho de Fundadores da Sociedade Afro-brasileira de Desenvolvimento Sociocultural (Afrobras) homenagearam o governador Geraldo Alckmin com a Comenda Memória e Alma de Zumbi dos Palmares, no grau Comendador Grã Cruz.

A cerimônia foi realizada na noite desta quarta-feira, dia 14, no salão nobre do Jóquei Clube, na Capital. O governador foi recepcionado por uma dança típica africana. ‘Essa festa tem um profundo significado não só para a comunidade afro-brasileira, mas para toda a população’, ressaltou o governador.

Alckmin enfatizou que o Governo do Estado pretende ampliar iniciativas que prestigiem a cultura afro-brasileira nas áreas da educação, saúde, qualificação profissional e para o trabalho. ‘Nesse sentido estamos criando ações afirmativas para que todos tenham oportunidades iguais. Como médico, lembrou que determinadas doenças estão ligadas à questão racial, como a hipertensão, presente especialmente na raça negra.

O evento contou com a presença de personalidades de vários setores da sociedade. Entre elas, a jornalista Miriam Leitão, que lembrou que nos últimos anos houve um avanço muito grande no movimento negro. ‘É assim que vamos construir o país que sonhamos, promovendo debates para incluir os negros e permitir seu avanço na escala social’.

Na terça-feira, dia 13, o governador Alckmin empossou os novos integrantes do Conselho Estadual da Comunidade Negra e afirmou o interesse do Governo do Estado em avançar nas políticas de ações para a população negra.

Zumbi, líder dos Palmares

Maior símbolo da luta negra, Zumbi foi o líder mais famoso dos Palmares. Nasceu em 1655, com poucos meses de vida foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso, e entregue ao padre Antonio Melo, em Porto Calvo, Alagoas, que o batizou como Francisco. Aos 15 anos, fugiu para Palmares e adotou o nome de Zumbi.

Revoltados com o regime de escravidão aplicados pelos senhores brancos na época colonial, os negros que conseguiam fugir das senzalas foram se escondendo em aldeias, denominadas quilombos. O movimento não agradava o governo português que perseguia os escravos revoltosos.

Em 1678, Ganga Zumba, tio de Zumbi e líder do quilombo dos Palmares, assinou um acordo de paz com o governo português. Na época, Zumbi rompeu relações com o tio e foi aclamado o grande chefe dos palmerinos que não aceitaram o tratado.

Em 1694, o quilombo foi atacado pelas tropas lideradas por Domingos Jorge Velho, caiu em um desfiladeiro, e foi baleado duplamente. Em 1695, Zumbi voltou a atacar povoados em Pernambuco, mostrando que não havia morrido. Traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou a liberdade pela revelação do esconderijo de Zumbi, foi morto em 20 de novembro de 1695, considerado pelo movimento negro como Dia da Consciência Negra.

Valéria Cintra / Carlos Prado